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Desmatamento começa antes na Amazônia e dobra em janeiro comparado a 2019

Mais de 280 quilômetros quadrados da floresta tropical brasileira foram destruídos em janeiro, de acordo com dados preliminares do (Inpe)

Amazônia: assessoria de imprensa do Ibama e o Ministério do Meio Ambiente não responderam a pedidos de comentários (UniversalImagesGroup / Colaborador/Getty Images)

Amazônia: assessoria de imprensa do Ibama e o Ministério do Meio Ambiente não responderam a pedidos de comentários (UniversalImagesGroup / Colaborador/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 12h23.

Brasília — O desmatamento agressivo da Amazônia está começando mais cedo neste ano, disseram agentes do Ibama, ao passo que nesta sexta-feira dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram que a destruição dobrou em janeiro se comparada com um ano atrás.

Mais de 280 quilômetros quadrados da floresta tropical brasileira foram destruídos em janeiro, de acordo com dados preliminares do (Inpe), que só divulgou dados dos 30 primeiros dias do mês, sem dar explicações.

O desmatamento da Amazônia brasileira disparou no ano passado, e ativistas ambientais dentro e fora do Brasil responsabilizaram o presidente Jair Bolsonaro ao apontarem que seu governo está enfraquecendo mecanismos de proteção ambiental e que sua retórica incentiva a ocupação ilegal, a grilagem e a atividade de madeireiros clandestinos.

Bolsonaro diz que o país continua sendo um modelo de conservação e que é demonizado injustamente pelos ambientalistas.

O desmatamento recuou das cifras recordes de mais de 1.000 quilômetros quadrados por mês entre julho e setembro, devido à chegada da estação de chuvas, quando o solo da floresta se transforma em lama, dificultando o transporte terrestre em certos lugares.

Mas ao invés de diminuir para níveis mínimos, como em anos anteriores, três agentes de proteção ambiental disseram à Reuters que o desmatamento continua atipicamente alto para esta época do ano, já que madeireiros clandestinos e grileiros ainda atuam agressivamente.

"Houve uma diferença muito grande", disse um deles. "A gente achou que ia dar uma queda, né? Por conta do clima e tudo mais, mas não ocorreu."

Um segundo agente disse que, normalmente, não há muito trabalho a fazer em janeiro, mas que neste ano "o desmatamento começou mais cedo, então a gente foi mais cedo para campo".

Os agentes falaram sob condição de anonimato, já que o governo proibiu o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de responder à mídia no ano passado.

A assessoria de imprensa do Ibama e o Ministério do Meio Ambiente não responderam a pedidos de comentários.

Os dois agentes disseram que encontraram madeireiros com maquinário pesado, até "serrarias móveis", em áreas protegidas, como reservas indígenas, o que é muito atípico nesta época do ano.

A agência continua com problemas sérios de falta de financiamento e pessoal, o que os agentes dizem impedi-los de deter a alta do desmatamento.

"A situação continua muito ruim. Está cada vez mais perigoso, e a população cada vez mais encorajada a não aceitar a fiscalização", disse um terceiro agente do Ibama.

Bolsonaro já repreendeu o Ibama devido ao que chama de multas ambientais excessivas.

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