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Desinformação ainda é uma preocupação grande, diz Barroso

Para Barroso, a defesa da integridade das urnas e mecanismos de enfrentamento da desinformação são temas centrais para este ano

Roberto Barroso: ministro defendeu eleições e disse que não deve haver volta ao passado (Ueslei Marcelino/Reuters)

Roberto Barroso: ministro defendeu eleições e disse que não deve haver volta ao passado (Ueslei Marcelino/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de outubro de 2021 às 09h26.

No centro das críticas da militância bolsonarista, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, busca ampliar as condições de transparência e segurança do sistema de votação para as eleições que prometem ser as mais polarizadas desde a redemocratização e que acontecerão daqui a exatamente um ano, em 4 de outubro de 2022, com a participação de mais de 150 milhões de brasileiros.

As campanhas contra a desinformação continuam sendo um foco do TSE?

Nós continuamos com uma preocupação grande com a questão da desinformação. Temos uma comissão permanente e estamos em contato permanente com as plataformas e com as empresas de chegarem de notícias preparando os planos possíveis para minimizar o impacto da desinformação, sobretudo a desinformação que ataque o sistema eleitoral. esta é uma grande preocupação que nós temos. Nas eleições passadas nós fizemos parcerias com o WhatsApp, Facebook, Instagram e TikTok e até criamos um canal com o WhatsApp pelo qual nós comunicávamos imediatamente quando circulava uma notícia falsa.

Qual é o balanço que o senhor faz das medidas adotadas pelo TSE ao longo deste ano?

Se eu tivesse que eleger três temas centrais que nos mobilizaram ao longo deste ano são as urnas, não só a sua preposição por urnas mais modernas, como a defesa da integridade do sistema; um outro eixo é a questão da segurança e da cibersegurança; e o terceiro mecanismo de enfrentamento da desinformação.

O senhor avalia que os ataques feitos contra o TSE e as eleições por figuras políticas como o presidente da República atribularam o ano da Justiça Eleitoral?

Para nós, TSE, o ano não foi propriamente conturbado na medida em que nós continuamos nosso trabalho de prover eleições seguras, de dar as respostas adequadas para a população. De modo que eu, pessoalmente, jamais perdi a tranquilidade, mesmo diante de ataques. A gente trabalha com o bem e com a verdade e, portanto, sem medos. Além disso, eu tenho muita confiança nas instituições brasileiras. A Constituição vai completar 33 anos esta semana e ela tem sido uma bússola importante e, apesar de estarmos vivendo um momento difícil, nós estamos há três décadas em estabilidade institucional. O filme da democracia brasileira é um filme bom, apesar de uma ou outra foto fora de foco.

Mas esses ataques não tiveram impacto na atuação do TSE?

É claro que nós ficamos mobilizados. Tem uma musica da Legião Urbana que diz “não tenho medo de escuro, mas deixe as luzes acesas”. Eu acho que esse é um bom slogan de como nos atuamos ao longo do último ano.

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