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Desigualdade de renda entre gêneros cresce com escolaridade

Para a população ocupada que possui 12 anos ou mais de estudo, o rendimento-hora médio das mulheres equivale a 66% do verificado para os homens


	Marcha das Mulheres Negras: ao longo de dez anos, a renda das mulheres avançou apenas quatro pontos percentuais em relação a dos homens
 (Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

Marcha das Mulheres Negras: ao longo de dez anos, a renda das mulheres avançou apenas quatro pontos percentuais em relação a dos homens (Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 11h08.

O rendimento médio por hora de uma mulher no Brasil equivale a 74% do rendimento médio de um homem. Essa diferença aumenta conforme são adicionados mais anos de estudo ao currículo.

Os dados foram divulgados hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Síntese de Indicadores Sociais.

Para a população ocupada que possui 12 anos ou mais de estudo, o rendimento-hora médio das mulheres equivale a 66% do verificado para os homens.

Em 2004, essa diferença era maior, com mulheres ganhando, em média, 61% da remuneração masculina.

Entre a população menos escolarizada, com até quatro anos de educação formal, essa proporção sobe para 78%. Os dados mostram, no entanto, que esse grupo de mulheres menos escolarizadas, perdeu renda frente aos homens.

Em 2004, seu rendimento-médio por hora equivalia a 79% da renda masculina.

A pesquisa mostra que, ao longo de dez anos, a renda das mulheres avançou apenas quatro pontos percentuais em relação a dos homens, de 70% para 74%.

Jornada desigual

No período analisado, tanto homens quanto mulheres tiveram uma redução em sua jornada total de trabalho, que inclui tanto o tempo gasto no emprego formal quanto o dedicado aos afazeres domésticos.

Em média, um homem brasileiro trabalha 41,6 horas semanais em seu trabalho principal e mais 10 horas no trabalho doméstico, o que gera uma jornada total de 51,3 horas – menor que as 53,1 horas registradas em 2004.

A redução na jornada dos homens se concentrou no trabalho formal, que passou de 44 horas semanais, em 2004, para as atuais 41,6 horas. O tempo gasto nos afazeres domésticos se manteve igual em dez anos.

Já para as mulheres, o tempo gasto nas tarefas domésticas caiu de 22,3 horas semanais para 21,2 horas, de 2004 para 2014. Essa queda explica a redução da jornada total, que passou de 57,2 horas para 56,3 horas semanais.

O tempo investido no trabalho formal se manteve de 2004 para 2014: 35,5 horas.

Segundo a pesquisa, 90,7% das mulheres que trabalhavam em 2014 também realizavam tarefas domésticas, percentual muito próximo dos 91,3% registrados em 2004.

Ao longo desses 10 anos, a variação da mesma estatística para homens foi de 46% para 51%.

Em relação à formalização, houve melhora para as mulheres: de 2004 a 2014, cresceu 60% o número de mulheres ocupadas em trabalhos formais, enquanto para os homens essa alta foi 43,6%.

Os dados do IBGE mostram ainda que as mulheres jovens são o grupo que tem maior dificuldade de se inserir no mercado de trabalho: uma em cada cinco jovens que tem entre 16 e 24 anos de idade está desocupada – grupo que inclui pessoas que procuraram emprego na semana da pesquisa e não encontraram.

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