Brasil

Desemprego brasileiro se aproxima de nível 'norueguês'

Embora positiva para o país, queda do número de desocupados traz o problema da falta de mão de obra disponível no mercado de trabalho

Hipótese é que o setor comercial esteja absorvendo muita mão de obra proveniente do serviço doméstico, afirma economista (Arquivo)

Hipótese é que o setor comercial esteja absorvendo muita mão de obra proveniente do serviço doméstico, afirma economista (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2010 às 10h57.

São Paulo - No embalo da forte demanda interna, que puxa a economia, regiões mais prósperas estão alcançando os níveis de desemprego mais baixos já registrados no País. A taxa de desemprego na região metropolitana de Porto Alegre em outubro caiu para 3,7%, comparável com padrões noruegueses, um dos mais baixos do mundo. Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo também se destacam pelos índices reduzidos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os indicadores excepcionais levantam questionamentos sobre a sustentação do desempenho e não escondem que o Brasil precisa avançar muito para se aproximar da realidade de países mais desenvolvidos. A queda do número de desocupados, embora positiva para o País, traz um problema: a falta de mão de obra disponível no mercado de trabalho.

Em Belo Horizonte e Porto Alegre, já há redução de pessoas ocupadas em trabalhos domésticos, atraídas para outros setores que remuneram melhor ou dão mais status social. “Quando cai a taxa de desemprego, há menos trabalhadores livres e dispostos a assumirem esses postos”, afirma Eduardo Schneider, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese). “Uma hipótese é que o setor comercial esteja absorvendo muita mão de obra proveniente do serviço doméstico”, diz. 

Na outra ponta, muitas empresas sofrem para preencher vagas que exigem alto grau de qualificação. A dificuldade é chamada de “problema bom”, por Ladimir Carvalho, diretor executivo da Alterdata Software, que desenvolve sistemas de computador. “Há regiões em que avisamos: parem de vender, porque não temos como atender”, afirma o diretor executivo sobre a dificuldade de encontrar profissionais qualificados e disponíveis no mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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