Brasil

Desembargadora será investigada por acusações sobre Marielle

A magistrada acusou Marielle de estar "engajada com bandidos" e de ter sido "eleita pelo Comando Vermelho"

Marielle Franco: corregedor também fez pedido sobre uma declaração em relação a atuação de uma professora portadora da Síndrome de Down (PSOL/Divulgação)

Marielle Franco: corregedor também fez pedido sobre uma declaração em relação a atuação de uma professora portadora da Síndrome de Down (PSOL/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de março de 2018 às 19h00.

O ministro João Otávio de Noronha, corregedor Nacional de Justiça, determinou a abertura de procedimento para investigar as declarações da desembargadora Marília Castro Neves, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que atacou a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada a tiros na quarta-feira, 14.

A magistrada acusou Marielle de estar "engajada com bandidos", ter sido "eleita pelo Comando Vermelho" e ter descumprido "'compromissos' assumidos com seus apoiadores".

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitiu nota nesta terça-feira, 20.

"Diante das recentes notícias veiculadas em meios de comunicação sobre manifestações públicas da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Marília Castro Neves, a respeito da vereadora carioca assassinada, Marielle Franco, o corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, determinou a abertura de procedimento para averiguar os fatos."

Na sexta-feira, a desembargadora escreveu que "a questão é que a tal Marielle não era apenas uma 'lutadora', ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho (facção criminosa carioca) e descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores. Ela, mais do que qualquer outra pessoa 'longe da favela' sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava. Até nós sabemos disso".

O texto continua: "A verdade é que jamais saberemos ao certo o que determinou a morte da vereadora, mas temos certeza de que seu comportamento, ditado por seu engajamento político, foi determinante para seu trágico fim. Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro".

O corregedor também de determinou a abertura de Pedido de Providências sobre uma declaração da desembargadora em relação a atuação de uma professora portadora da Síndrome de Down. João Otávio de Noronha informou que "será concedido prazo para que a desembargadora se manifeste a respeito".

Acompanhe tudo sobre:Rio de JaneiroJustiçaAssassinatosPSOL – Partido Socialismo e LiberdadeMarielle Franco

Mais de Brasil

Previsão do tempo: São Paulo terá fim de semana com mínimas de 14°C e tardes de até 24°C

CPI do INSS investiga repasse de R$ 1,6 milhão para irmã do principal suspeito de fraudes

Belém capital do Brasil? Entenda projeto aprovado pela Câmara

'Pacificação não é abrir mão de convicções', diz Barroso durante despedida da presidência do STF