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Desde junho de 2013, 126 jornalistas sofreram agressão

O balanço foi apresentado nesta terça-feira, 11, por representantes das empresas de comunicação brasileiras ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo


	Repórteres em homenagem a Santiago Andrade: reunião de representantes de empresas de comunicação e Cardozo ocorreu após morte do cinegrafista da TV Band
 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Repórteres em homenagem a Santiago Andrade: reunião de representantes de empresas de comunicação e Cardozo ocorreu após morte do cinegrafista da TV Band (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 15h23.

Brasília - Jornalistas foram alvo de 126 atos de agressão desde o início da onda de manifestações populares por todo o país, em junho do ano passado.

O balanço foi apresentado nesta terça-feira, 11, por representantes das empresas de comunicação brasileiras ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em reunião realizada em Brasília.

No encontro, os empresários do setor demonstraram "preocupação" com o "despreparo" da atuação policial durante as manifestações.

Também defenderam a federalização de crimes cometidos durante os protestos e também em situações de assassinatos de jornalistas por motivos como narcotráfico, agiotagem ou disputas políticas.

A reunião ocorreu depois da morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, de 49 anos, atingido por um rojão enquanto realizava a cobertura de uma manifestação no Rio de Janeiro na última quinta-feira, 6. Santiago teve morte cerebral declarada na manhã de ontem.

"O enfrentamento desse tipo de movimento exige uma força especial", afirmou o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Carlos Fernando Lindenberg Neto. "Essas reações de excesso da polícia, acredito que não são da natureza do policial, mas da circunstância do momento, por falta de preparo", ressaltou.

Durante o encontro, o ministro disse que vai discutir na próxima quinta-feira, 13, em reunião a ser realizada em Aracaju, propostas que recebeu nos últimos meses para enfrentar a violência nos protestos.

Entre as propostas estão a federalização de alguns crimes, como os cometidos contra jornalistas, e medidas para impedir o anonimato dos manifestantes. Em entrevista coletiva, Cardozo evitou dizer quais das ações que irá defender no encontro, embora já tenha afirmado - como ele próprio ressaltou - entender que a Constituição proíbe o anonimato nos protestos.

Cardozo rebateu declaração do secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, de que o governo federal está demorando em avaliar propostas enviadas pelo governo fluminense para enfrentar o problema.

"Essas propostas estão sendo discutidas. Foram entregues no final de novembro. Algumas são polêmicas, outras contraditórias. Eu não sou dono da verdade e tenho primeiro de ouvir os secretários estaduais", disse. O ministro, segundo participantes do encontro, deixou claro que pretende dividir com os governos estaduais a responsabilidade de um possível pacote de combate à violência nas manifestações.

O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, também criticou a "demora" no enfrentamento do problema. "Se os órgãos responsáveis por coibir essa violência não tivessem demorado para agir, possivelmente não estaríamos vivendo o luto pela morte de um colega", disse, em referência ao cinegrafista Santiago.

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