Mais perto do futuro: o Museu da Língua Portuguesa foi montado com recursos multimídia para substituir o acervo (Bia Parreiras / Viagem e Turismo)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 07h44.
São Paulo – Totalmente tecnológico e interativo, o Museu da Língua Portuguesa foi criado em 2006 para apresentar as origens e a história deste idioma falado por cerca de 270 milhões de pessoas no mundo — e para mostrar as influências e mudanças sofridas ao longo dos anos.
Foram investidos R$ 37 milhões na construção do espaço, que logo caiu no gosto popular e dos professores — em 2014, ele recebeu 386 mil pessoas e foi o quinto mais visitado da cidade.
O museu conta com uma exposição permanente, que resgata justamente a história da língua portuguesa, e as temporárias — no início, exclusivamente em homenagem a grandes nomes da literatura lusófona e, mais recentemente, para debater também a relação entre as diversas formas de linguagem.
O Tempo e Eu e Vc, em homenagem ao escritor, etnógrafo, pesquisador e folclorista Câmara Cascudo (1898-1986), era uma dessas mostras especiais e ficaria em cartaz até 14 de fevereiro.
Na entrada, um grande labirinto de livros recebia o visitante. A vida do pesquisador era contada em uma estrutura gigante com 10 metros de largura e 4 metros de altura, onde eram expostos objetos que representavam a linha do tempo de Câmara Cascudo, relacionados a etnografia indígena, etnografia africana, cultura popular brasileira, cultura popular estrangeira, alfaias e arte sacra.
Segundo comunicado de Daliana Cascudo, neta do pesquisador, o material exposto era cenográfico.
Também estava em cartaz, pela quinta vez, Esta Sala é Uma Piada, com trabalhos do Salão de Humor de Piracicaba.
A exposição que marcou a inauguração do museu lembrou os 50 anos de publicação de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. A instituição manteve a aposta em autores que seriam sucesso de público nas mostras seguintes: Clarice Lispector (2007), Machado de Assis (2008), Cora Coralina (2009), Fernando Pessoa (2010), Oswald de Andrade (2011), Jorge Amado (2012) e Rubem Braga (2013).
Cazuza foi o único músico a ganhar uma exposição — mas ela foi centrada em seu espírito contestador, que encontrava eco nas ruas do País em meio às manifestações de 2013.
Cursos, palestras e oficinas também costumavam ser realizadas no local, mas o que encantava mesmo o visitante eram as instalações — como a Palavras Cruzadas, com totens dedicados às influências das línguas e dos povos que contribuíram para formar o português falado no Brasil; a Linha do Tempo, com recursos interativos; o Beco das Palavras, uma sala com jogo etimológico onde era possível brincar com a criação de palavras; o Mapa dos Falares, em que era possível escolher um local e ouvir depoimentos de pessoas de lá: e o telão de 106 metros de comprimento, exatamente a extensão da Grande Galeria, e que ia do chão ao teto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.