Brasil

Deputados pretendem questionar voto sobre impeachment

Três frentes parlamentares oficializaram nesta quinta-feira, 18, o pedido de criação do grupo ao presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha


	Ministro Roberto Barroso: "O grupo vai avaliar como foi tomada a decisão para ver se o ministro conduziu de forma tendenciosa o voto", disse parlamentar
 (Nelson Jr./SCO/STF)

Ministro Roberto Barroso: "O grupo vai avaliar como foi tomada a decisão para ver se o ministro conduziu de forma tendenciosa o voto", disse parlamentar (Nelson Jr./SCO/STF)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 15h50.

Brasília - A Câmara deve criar nos próximos dias um grupo de trabalho para analisar o posicionamento do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Três frentes parlamentares oficializaram nesta quinta-feira, 18, o pedido de criação do grupo ao presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em dezembro, Barroso suspendeu o rito definido por Cunha, assim como a votação secreta para a comissão especial que decidiria sobre o tema.

Agora, as frentes parlamentares da Agropecuária, da Segurança e a Evangélica querem debater a decisão e levantar subsídios para que a procuradoria da Câmara tente derrubar o voto do ministro.

Segundo o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que assina o pedido para a criação do grupo, há evidências de que Barroso não seguiu o rito usado para o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, como disse estar fazendo.

"O grupo vai avaliar como foi tomada a decisão para ver se o ministro conduziu de forma tendenciosa o voto", disse o parlamentar.

"No julgamento do Collor, o STF não examinou a constituição da comissão, só o produto dela, e não como a comissão foi constituída", argumentou.

Serraglio cita ainda que as notas taquigráficas da Câmara mostram que, quando a comissão especial foi formada para o impeachment de Collor, o presidente da Câmara na época, Ibsen Pinheiro, havia afirmado que candidatura avulsa seria permitida.

"Se naquela época era permitido, só bastava agora o presidente da Câmara aprovar", defendeu.

"Estamos apenas defendendo as prerrogativas da Câmara. Em até duas semanas tudo deve estar terminado e os resultados serão encaminhados para a procuradoria", finalizou.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosImpeachmentPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Em defesa da soberania, Lula diz que big techs terão que respeitar leis brasileiras

Lula chama tarifas de Trump de 'chantagem inaceitável' e critica oposição: 'traidores da pátria'

Licença-paternidade deveria ser de ao menos 30 dias, diz entidade

Lula diz que Brasil busca diálogo sobre tarifaço, mas não aceitará imposições de Trump