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Deputados negam que PSDB e PMDB queiram o impeachment

“Não vejo nada demais em um jantar. Legislativamente, estamos sempre convivendo. Não foi um gesto partidário”, afirmou Eduardo Cunha


	Eduardo Cunha: “Não vejo nada demais em um jantar. Legislativamente, estamos sempre convivendo. Não foi um gesto partidário", afirmou o presidente da Câmara
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Eduardo Cunha: “Não vejo nada demais em um jantar. Legislativamente, estamos sempre convivendo. Não foi um gesto partidário", afirmou o presidente da Câmara (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2016 às 14h03.

Brasília - A dois dias da convenção nacional do PMDB, marcada para o próximo sábado, em Brasília, parlamentares tentaram hoje (10) minimizar rumores sobre uma aproximação do partido com o PSDB.

Um jantar na noite de ontem (9) reuniu, na capital, senadores das duas legendas e incitou boatos de uma aliança que poderia enfraquecer a base aliada no Congresso.

“Não vejo nada demais em um jantar. Legislativamente, estamos sempre convivendo. Não foi um gesto partidário. Foi um gesto de bancada [do Senado]”, afirmou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Cunha foi o precursor da divisão dentro do partido quando anunciou, no fim do primeiro semestre de 2015, o rompimento pessoal com o Palácio do Planalto.

O impasse dentro do PMDB cresceu ainda mais após acusações, por parte da ala insatisfeita, de que o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), estava priorizando as recomendações vindas do Palácio, em detrimento da posição da maioria da bancada.

Apesar do tom cauteloso, Cunha disse que é momento de o PMDB se definir. Ele defendeu que, se não houver acordo, que os correligionários tenham direito a escolher, por voto, os rumos que o partido deve tomar.

“Na minha opinião tem de votar. Estamos num momento em que o PMDB tem de discutir na convenção sua manutenção ou não no governo, que tipo de relação quer ter. Não dá para virar as costas como se não estivesse acontecendo nada. O PMDB está dividido. Uma parte não quer ficar no governo, a outra quer se manter no governo. Tem de discutir o assuno. Não podemos fazer uma convenção e fingir que o problema não existe”, acrescentou Eduardo Cunha.

Vice-líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), informou que vê com normalidade o encontro das duas legendas. Segundo ele, todo diálogo para ajudar o país a superar o momento de crise é bem-vindo.

“O Congresso é o espaço do diálogo, da concertação. Nunca nos negamos a dialogar com nenhum partido da base ou na tentativa de encontrar pautas do interesse do país. Tudo o que queremos é o ambiente de normalidade democrática.”

Para Pimenta não há indícios de que a aproximação dos dois partidos signifique uma estratégia para fortalecer o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

Assegurando que o PMDB está “integrado” com o governo, o vice-líder petista negou que haja uma “estratégia golpista”.

“Até porque todos sabemos que não existem elementos que justifiquem o pedido de impeachment iniciado pelo presidente Eduardo Cunha com a clara intenção de transformar a pauta do Parlamento em uma estratégia de defesa dos processos que ele responde”, destacou Pimenta.

Líder do PSOL na Câmara, o deputado Ivan Valente (SP) disse que o partido tem “todas as críticas ao PT”, mas defendeu a investigação dos fatos.

O deputado adiantou que só apoiará um impedimento se houver “provas materiais cabais”.

“O PMDB é um partido estranho. Está no poder, tem vários ministérios, está em um silêncio ensurdecedor esta semana diante da crise política e vai tomar o rumo da oportunidade”, concluiu Ivan Valente.

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