Brasília - O deputado Nelson Pelegrino, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, iniciará nesta quinta-feira na Bolívia uma série de contatos para interceder pelos 12 torcedores do Corinthians detidos no país após a morte de um jovem durante jogo da Taça Libertadores da América.

A intenção da viagem é conversar com autoridades do Congresso, do governo e do Poder Judiciário boliviano sobre a situação dos detentos que lá estão desde o dia 20 de fevereiro, por suposto envolvimento no falecimento de Kevin Beltrán, de 14 anos.

O garoto morreu após ser atingido por um sinalizador vindo da torcida do Corinthians, que comemorava um gol marcado pelo atacante peruano Paolo Guerrero durante o duelo contra o San José, disputado em Oruro.

Pelegrino disse que pretende debater com as autoridades bolivianas a situação dos detidos, principalmente por um adolescente, que está no Brasil, já ter assumido a culpa pelo lançamento do artefato.

O deputado disse que o Brasil "respeita a soberania da justiça boliviana", que responsabiliza os 12 detidos, e afirmou que apesar de a confissão não ser uma prova definitiva, é um elemento importante que deve ser levado em conta.

O deputado defende a tese de que os corintianos tem que responder o processo em liberdade até serem autorizados a retornar ao Brasil, sob o compromisso de que se apresentem junto à justiça boliviana sempre que for requerido.

Segundo o político, o país ofereceu à Bolívia toda a cooperação "possível e necessária" para esclarecer o incidente.

O deputado, que viajará acompanhado por outros membros da Comissão de Relações Exteriores, comandará sua iniciativa na próxima quinta em La Paz e na sexta-feira irá até a cidade de Oruro, onde além de se reunir com membros da justiça local, espera encontrar com os 12 torcedores.

O assunto também foi debatido nesta quarta-feira pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, durante uma reunião que contou com o presidente do Corinthians, Mario Gobbi, que pediu ao governo que interceda pelos torcedores do time. EFE