Brasil

Deputados do PT minimizam dados de pesquisa eleitoral

Pesquisa apontou que a avaliação positiva do governo Dilma permaneceu em 41%, mesmo patamar alcançado em novembro


	Dilma: Petistas também afirmaram que Aécio e Campos não deslancharam e que a pesquisa revela que eles estão disputando um mesmo eleitorado
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Dilma: Petistas também afirmaram que Aécio e Campos não deslancharam e que a pesquisa revela que eles estão disputando um mesmo eleitorado (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2014 às 15h28.

Brasília - Deputados do PT minimizaram o fato de a avaliação positiva do governo ter interrompido a recuperação iniciada após os protestos de 2013 e afirmaram que a pesquisa Datafolha mostra que a presidente Dilma Rousseff "reúne as condições para ser reeleita".

"O fundamental é que nós reunimos as condições objetivas para vencer a eleição", resumiu o vice-presidente nacional do partido, deputado federal José Guimarães (CE), para quem a estagnação do número de eleitores que acham o governo petista bom o ótimo "não assusta".

Publicada na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo, a pesquisa apontou que a avaliação positiva do governo Dilma permaneceu em 41%, mesmo patamar alcançado em novembro. Caso as eleições presidenciais fossem hoje, a presidente seria reeleita ainda no primeiro turno, uma vez que aparece com 47% das intenções de voto no levantamento, mais do que a soma dos seus prováveis adversários: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 17% e 12%, respectivamente.

Petistas também afirmaram que Aécio e Campos não deslancharam e que a pesquisa revela que eles estão disputando um mesmo eleitorado. "Eles estão bebendo da mesma água, estão trocando chumbo", disse o vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR). "Os dois estão cada vez mais iguais, falando dos mesmo assuntos e dos mesmo temas", resumiu.

Oposição

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), por sua vez, disse que o levantamento Datafolha trouxe bons dados para a oposição e, sobretudo, para o presidenciável tucano. "Acho animador o fato de o índice de Aécio estar em torno de 20% (de intenção de votos), que é o que ele tem nas diferentes pesquisas", afirmou o senador. Em relação a novembro, Aécio caiu dois pontos percentuais nas intenções de voto (de 19% em novembro para 17%), dentro da margem de erro.

Aloysio creditou ainda a grande vantagem nas intenções de voto para Dilma em relação aos candidatos da oposição à exposição que o cargo de presidente confere à petista. Para o senador, há uma "diferença abissal" entre a visibilidade dada a Dilma e aos demais pré-candidatos, que ainda não oficializaram suas campanhas. "É de se reconhecer que não existe campanha Aécio Neves, enquanto que a campanha dela (Dilma) é uma realidade midiática e política permanente há ao menos dois anos", disse Aloysio.


O senador tucano também classificou como "favorável" para a oposição o indicador de que 67% dos entrevistados desejarem que o próximo presidente da República adote ações diferentes do atual governo. Sobre o fato de os entrevistados terem apontado principalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a própria presidente Dilma Rousseff, ambos do PT, como os pré-candidatos que poderiam promover essa alteração de rumo, Aloysio disse que os nomes da oposição ainda "não encarnaram essa possibilidade de mudança", o que deve ser revertido com a proximidade do pleito. "É um estado de espírito que ainda não se materializou", disse. "Eu tenho para mim que quem tem melhores condições de encarnar esse desejo - porque tem uma força política maior e uma estrutura de partido com vocação de governo - é o Aécio", concluiu o tucano.

Joaquim Barbosa

O desempenho do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, em cenários testados pela pesquisa também foi analisado de forma diferente por petistas e tucanos ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Barbosa chegou a marcar 14% das intenções de voto e, num quadro em que a cabeça de chapa do PSB é a ex-senadora Marina Silva (17%), a disputa poderia ir para o segundo turno, caso o pleito fosse hoje. "Acho que é um desejo de ter mais alternativas na disputa", avaliou o Aloysio Nunes, que não acredita que Marina deverá substituir Campos na disputa.

Já o petista André Vargas alegou que tanto Marina quando Barbosa não representariam uma ameaça à reeleição de Dilma. "Acho improvável que ele (Joaquim Barbosa) se disponha, ele não tem o perfil psicológico para se submeter ao processo democrático", alfinetou o petista. Os dois não têm estrutura partidária: um vai ter que entrar na penúltima hora e o outro tem mais recall de imagem. Não representam uma ameaça", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffEleiçõesEleições 2014Partidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar