Brasil

Deputados do PSL lançam frente bolsonarista dentro do partido

Com 28 parlamentares, movimento "Brasil acima de tudo" quer reafirmar valores conservadores na legenda

Eduardo Bolsonaro: deputado disse que criação da frente se fez necessária após a briga pela liderança da legenda na Câmara (Andre Coelho/Bloomberg)

Eduardo Bolsonaro: deputado disse que criação da frente se fez necessária após a briga pela liderança da legenda na Câmara (Andre Coelho/Bloomberg)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 19h31.

Brasília — Deputados do PSL lançaram nesta terça-feira uma frente bolsonarista dentro do partido. Segundo o líder do partido, deputado Eduardo Bolsonaro (SP), 28 deputados federais vão participar da frente.

"A gente está hoje lançando a frente “Brasil Acima de Tudo”. É um movimento intra partidário, dentro do PSL, que visa reafirmar principalmente os valores conservadores e aquelas pautas que nos elegeram em 2018", disse o deputado.

Eduardo afirmou também que a formação da frente estava sendo pensada já há algum tempo, mas se tornou necessária após a “guerra pela liderança” do partido na Câmara.

"Tornou-se mais necessária em virtude dos últimos acontecimentos dentro do PSL, notoriamente a guerra pela liderança. A gente decidiu fazer um movimento entre os deputados que se identificam mais, que conversam mais, que tem sim uma linha de pensamento parecida", afirmou.

O deputado evitou dizer se todos os parlamentares que participam da frente se filiarão ao Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar. No entanto, afirmou que se um deputado quiser ir, a tendência é que os outros acompanhem.

"A gente não pode dizer com todas essas palavras, que estaria tudo certo pra isso, mas de certa forma é um grupo unido, então poderia dizer que se a tendência de um deputado é ir pra lá, a tendência de todos acompanhar".

Segundo Eduardo Bolsonaro, a Frente vai servir para diferenciar os deputados da “ala bolsonarista” dos que apoiam o presidente do partido, Luciano Bivar (PE).

"A gente pretende rodar o país inteiro, um dando força para o outro, quando tiver evento conservador, um vai levantar a bola do outro. A gente vai colocar adiante também nas redes sociais, é para integrar, para unir o pessoal, para ter o sentimento, “olha a gente não é o PSL que tão falando por aí, nós somos o Brasil Acima de Tudo”, disse.

A frente vai ser dividida em seis coordenadorias. O deputado Luiz Phelippe de Orléans e Bragança (SP) comanda a coordenadoria de Comunicação, Carla Zambelli (SP), nas redes sociais, Filipe Barros (PR), no operacional, Bia Kicis (DF) nas relações institucionais, Caroline de Toni (SC), relações político-partidários e General Girão (RN) nas relações com policiais e militares.

Deputados do PSL ligados à ala bolsonarista também entraram, nesta terça-feira, com um processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a desfiliação do partido por justa causa. No documento, os parlamentares alegam que houve perseguição e discriminação contra deputados alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) durante a crise na legenda.

A ação declaratória teve a assinatura de 26 deputados e elenca acontecimentos que, segundo os parlamentares, explicam a justa causa. Os deputados alegam que sofreram perseguição, “grave discriminação política pessoal” e uma tentativa da legenda de instrumentalizar sanções disciplinares durante a crise que dividiu o partido. Se os deputados vencerem o processo,  podem sair da legenda sem perder os mandatos.

Acompanhe tudo sobre:Eduardo BolsonaroPSL – Partido Social Liberal

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas