Brasil

Deputados da CPI receberam R$ 1,9 mi de empreiteiras

Empreiteiras como Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Carioca Engenharia e empresas do grupo Queiroz Galvão doaram para 10 dos 15 deputados indicados para a CPI


	Câmara: Empreiteiras como Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Carioca Engenharia e empresas do grupo Queiroz Galvão doaram para 10 dos 15 deputados indicados para a CPI
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Câmara: Empreiteiras como Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Carioca Engenharia e empresas do grupo Queiroz Galvão doaram para 10 dos 15 deputados indicados para a CPI (Valter Campanato/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2015 às 09h59.

Brasília - Deputados escolhidos pelos partidos para apurar na Câmara o esquema de corrupção na Petrobrás receberam em 2014 R$ 1,9 milhão em doações eleitorais de empresas citadas na Operação Lava Jato e prováveis alvos da CPI criada para investigar os desvios.

Empreiteiras como Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, UTC, Carioca Engenharia, Galvão Engenharia e empresas do grupo Queiroz Galvão doaram para 10 dos 15 deputados já indicados para a CPI. O levantamento do Estado considerou a prestação de contas dos candidatos disponibilizada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O número de agraciados com doações das empreiteiras alvo da Lava Jato pode aumentar. Faltam ser escolhidos 12 dos 27 membros da CPI, a ser instalada na quinta-feira. Partidos como PT, PMDB e PP ainda não apresentaram seus escolhidos oficialmente, embora já haja nomes cotados.

Favorito para assumir a presidência da comissão, o peemedebista Hugo Motta (PB), de 25 anos, teve cerca de R$ 455 mil (61%) dos R$ 742 mil de sua campanha custeados indiretamente por duas empreiteiras suspeitas. Ele recebeu R$ 255 mil da Andrade Gutierrez via diretórios estadual e nacional do PMDB e por um repasse da campanha do candidato a deputado estadual Nabor Wanderley Nóbrega Filho (PMDB-PB). Outros R$ 200 mil vieram da Odebrecht, repassados a Motta pela direção nacional do PMDB. O deputado disse desconhecer as doações.

A exemplo do que ocorreu com o potencial presidente da CPI, a maioria das doações foi feita de forma indireta. Ou seja, as empresas doaram para partidos e outros candidatos, que repassaram os recursos para os deputados ou custearam peças publicitárias conjuntas. A manobra é legal.

Maior volume. Dos deputados já confirmados na CPI, Júlio Delgado (PSB-MG) foi quem recebeu o maior volume de recursos. A direção nacional do PSB repassou R$ 200 mil da Andrade Gutierrez e R$ 100 mil da Queiroz Galvão Alimentos, empresa do grupo homônimo. O diretório estadual repassou R$ 50 mil da Odebrecht, empreiteira que doou mais R$ 30 mil diretamente à campanha de Delgado.

Presidente nacional do Solidariedade, o deputado Paulinho Pereira da Silva (SP) recebeu das empreiteiras cerca de R$ 348 mil, via diretório estadual.

Na lista de deputados contemplados indiretamente aparecem ainda Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), João Carlos Bacelar (PR-BA), Paulo Magalhães (PSD-BA), Bruno Covas (PSDB-SP), Izalci (PSDB-DF), Otávio Leite (PSDB-RJ) e Félix Mendonça Júnior (PDT-BA).

Dentre os cotados para integrar a CPI, mas ainda não oficializados, o petista Vicente Cândido (SP) também recebeu doações indiretas das empreiteiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCorrupçãoEscândalosFraudesPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Veja como vai funcionar novo programa de perícias do INSS para diminuir fila

Relator da maior aposta de Lula, Lira diz que seria 'honraria' ocupar cargo de vice de Bolsonaro

Reajuste dos servidores: veja data e como será pagamento retroativo

Decreto de Trump afeta Erika Hilton, e visto de deputada é recebido no gênero masculino