Deputados aliados de Bolsonaro e advogado protestam após não conseguirem entrar na sessão do STF (MAURO PIMENTEL / AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 25 de março de 2025 às 10h46.
Última atualização em 25 de março de 2025 às 10h47.
Deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e o advogado Sebastião Coelho, que representa o ex-assessor presidencial Filipe Martins, reclamaram após não conseguirem entrar no plenário da Primeira Turma, onde acontece o julgamento que pode tornar o ex-presidente réu na trama golpista. De acordo com a Corte, a orientação era que só era possível entrar na sessão até o início da audiência.
Os deputados não haviam informado com antecedência ao Supremo Tribunal Federal, o que resultou na recusa de entrada por parte da segurança. A ação gerou gritaria e confusão na entrada da Primeira Turma. Coordenados pelo líder da oposição da Câmara, o deputado tenente Zucco (PL-RS), os parlamentares chegaram em comboio ao Supremo com a premissa de prestar solidariedade a Bolsonaro, que marcou presença no julgamento. O incidente gerou protestos, com os deputados alegando falta de respeito pela não permissão de entrada.
“É uma pouca vergonha. Não deixaram a gente entrar. Não permitiram que deputados acessassem a sala de julgamento”, disse o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), visivelmente irritado com a situação. “Nós, como deputados federais e fiscais de todos os servidores públicos federais, tínhamos que ser recebidos com todo o espírito de democracia”, completou Sanderson.
O deputado Carlos Jordy também fez coro às reclamações. “Estava lotado. É um lugar muito restrito, deveria estar sendo julgado pelo plenário, veio comitiva para fazer um teatro, mas nós não conseguimos entrar”, afirmou Jordy. Segundo ele, a segurança do Supremo ofereceu para eles ficarem no quarto andar. "Lá tem uma tela só, um galinheiro. O que eu vou fazer lá? Melhor assistir do gabinete", criticou.
Alguns parlamentares, como Zucco, foram autorizados a subir a outro andar do Supremo e acompanhar o julgamento pela TV. A decisão gerou insatisfação entre outros deputados, que não concordaram com a opção dada.
Já no caso do advogado de Filipe Martins, a alegação da Corte é que ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas não integra o "núcleo central", cuja acusação está sendo analisada nesta manhã. Portanto, não faz parte da acusação que está sendo tratada no julgamento dessa terça-feira (25). Martins, ex-assessor de Bolsonaro para assuntos internacionais, não está diretamente envolvido no núcleo central da acusação.