Brasil

Deputado quer investigar BTG, André Esteves e poder público

Deputado federal começou a colher assinaturas para instalar uma CPI na Câmara para investigar o BTG, André Esteves e a relação de ambos com o poder público


	André Esteves (E), do BTG Pactual, ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em conferência: requerimento foi elaborado ontem e motivado pela prisão do banqueiro, diz deputado
 (Cale Merege/Bloomberg News.)

André Esteves (E), do BTG Pactual, ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em conferência: requerimento foi elaborado ontem e motivado pela prisão do banqueiro, diz deputado (Cale Merege/Bloomberg News.)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2015 às 19h53.

Brasília - O deputado federal João Henrique Holanda Caldas (PSB-AL), conhecido como JHC, começou nesta sexta-feira, 27, a colher assinaturas para instalar uma CPI na Câmara para investigar a evolução do banco de investimentos BTG Pactual e de seu dono e presidente, André Esteves, bem como a relação de ambos com o poder público.

Segundo JHC, o requerimento foi elaborado ontem e motivado pela prisão do banqueiro, sob a acusação de estar atrapalhando as investigações da operação Lava Jato. A menos de um mês para o início do recesso parlamentar, contudo, a expectativa é de que a CPI só seja instalada em 2016.

Por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), André Esteves foi preso temporariamente pela Polícia Federal na última quarta-feira, 25, acusado de se unir ao líder do governo no Senado Federal, Delcídio Amaral (PT-MS), para impedir que o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró fizesse delação premiada ou, se fizesse, não citasse ambos.

Em gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, o parlamentar petista oferece mesada de R$ 50 mil à família de Cerveró, pelo silêncio do ex-diretor. O montante seria bancado pelo empresário. Na justificativa do pedido de CPI, JHC cita matérias da imprensa que destacam a ascensão profissional de Esteves e sua relação "íntima" com o Estado. "Ponto fragoroso dessa jornada foi a compra do banco Pan-Americano, outrora de propriedade do empresário Sílvio Santos, que foi comprado pelo BTG com garantias que a Caixa Econômica concedeu em um intervalo curtíssimo de tempo", cita.

"Mais recentemente, em agosto de 2015, o BTG foi escolhido pela Caixa para assumir sua carteira de inadimplência de R$ 3,8 bilhões, valor apontado como inferior a 3% do preço de mercado", acrescenta. O parlamentar destaca também as menções sobre o banco feitas em uma das sub-relatorias da CPI da Petrobras na Câmara, cujos trabalhos foram encerrados no fim de outubro. Para ele, o assunto foi tratado de forma "superficial" naquele colegiado.

O parlamentar lembrou que o BTG e André Esteves foram citados em delação premiada do doleiro Alberto Youssef, que teria informado que o banco pagou propina para que a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, passasse a estampar em 2012 a marca da rede de postos de gasolina DVBR, adquirida por Esteves em 2008.

Chances de instalação

Até o início da noite de hoje, o requerimento da CPI não tinha nenhuma assinatura. Segundo JHC, a ideia é avançar na coleta de apoiamentos na semana que vem, uma vez que, na sexta-feira, a maioria dos parlamentares já viajou para seus Estados. "Tem grandes chances de a CPI avançar na Câmara", avaliou o deputado, lembrando que há somente dois requerimentos aguardando na fila para instalação de CPIs na Câmara e que quatro das cinco que funcionam atualmente têm previsão de acabar em dezembro: BNDES, Crimes Cibernéticos, Maus-Tratos de Animais e Fundos de Pensão.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda não conversou oficialmente com JHC sobre a ideia da CPI. Segundo o peemedebista, se o requerimento tiver as 171 assinaturas necessárias e o fato determinado, entrará na fila. A próxima CPI que deverá ser instalada na Casa será para investigar irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A segunda da fila é a que pede a investigação da máfia do futebol. Pelo Regimento Interno da Câmara, somente cinco CPIs podem funcionar ao mesmo tempo.

Acompanhe tudo sobre:André Estevesbancos-de-investimentoBanqueirosBilionários brasileirosBTG PactualCâmara dos DeputadosEmpresáriosEmpresasEmpresas abertasGovernoHoldingsPersonalidadesPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas