Brasil

Deputado que fraudou pena terá 5 dias para se explicar

José Borba é suspeito de superfaturar tijolos e cestas básicas compradas como parte da pena alternativa imposta a ele pela Justiça


	José Borba: ex-deputado foi advertido pela Justiça e terá cinco dias para explicar as disparidades nos preços
 (Agência Brasil)

José Borba: ex-deputado foi advertido pela Justiça e terá cinco dias para explicar as disparidades nos preços (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 21h35.

Brasília - O ex-deputado federal José Borba, suspeito de superfaturar tijolos e cestas básicas compradas como parte da pena alternativa imposta a ele pela Justiça, não falou com a imprensa nesta quarta-feira, 26. Condenado no mensalão, ele foi advertido pela Justiça e terá cinco dias para explicar as disparidades nos preços. Se confirmadas as irregularidades, ele poderá até ser preso.

Em audiência hoje, na Vara de Execução de Penas Alternativas do DF, o ex-congressista foi intimado a explicar as diferenças de preço nos itens adquiridos por ele mensalmente e doados a instituições de Brasília.

Borba comprou 170 cestas básicas por R$ 80 cada, em dezembro. No entanto, um levantamento da Polícia Civil do DF, remetido ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça do DF, mostrou que os mesmos itens poderiam ser comprados por valores que variam de R$ 29,90 a R$ 39,89.

O advogado do ex-deputado, Michel Saliba, disse as cestas foram compradas em dezembro, época de Natal e preços mais altos, enquanto que a pesquisa da Polícia Civil é deste mês, o que explicaria a diferença nos valores. "Foram compradas cestas de Natal, não cestas básicas", argumentou.

Uma perícia do MPDFT também constatou diferenças nos preços de blocos de concreto comprados pelo ex-deputado para o Presídio Feminino de Brasília como parte de sua pena, conforme revelou o jornal Correio Braziliense hoje.

Segundo o advogado de Borba, não havia tijolos em quantidade necessária para a pronta entrega no varejo de Brasília, na época. Como a fábrica não vendia diretamente a pessoa física - no caso, o deputado -, foi necessário recorrer a uma empresa para que fizesse a compra, pagando o preço solicitado pela empresa.

Condenado a 2 anos e 6 meses de cadeia, Borba conseguiu o benefício de trocar a prisão pelo pagamento de penas alternativas, como a compra de alimentos e material de construção. Em 30 meses, terá de pagar o equivalente a R$ 200 mil.

Além da pena alternativa, Borba foi intimado pela Justiça a recolher aos cofres públicos R$ 617 mil. Nos últimos dias, o ex-deputado recebeu a guia de recolhimento no valor atualizado de R$ 895 mil (acrescido de juros e multa). Segundo o advogado do deputado, ele não tem dinheiro para quitar o valor e, provavelmente, vai esperar a inscrição da multa na dívida ativa da União para pedir o parcelamento do débito.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCorrupçãoEscândalosFraudesMensalãoPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Erika Hilton apresenta hoje proposta para acabar com escala 6x1

Sul sofrerá com onda de calor, enquanto 18 estados terão chuvas intensas nesta terça

Lula se reúne hoje com centrais sindicais falar do FGTS de quem optou por saque-aniversário

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular