Brasil

Deputado pede convocação imediata de Braga Netto à CCJ da Câmara

De acordo com o requerimento do deputado Fábio Trad (PSD-MS), assinado também pela deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), "o ministro Braga Netto e parcela das Forças Armadas chantageiam representantes eleitos"

Ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
 (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Ministro da Defesa, Walter Braga Netto. (Carolina Antunes/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de julho de 2021 às 15h08.

O deputado Fábio Trad (PSD-MS), vice-líder do partido na Câmara, protocolou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa nesta quinta-feira, 22, um requerimento para a convocação imediata do ministro da Defesa, Braga Netto, para que esclareça a "grave ameaça de golpe". Segundo Trad, "se confirmada a chantagem, urge a demissão imediata do ministro Braga Netto".

  • Entenda como as decisões da Câmara e do Senado afetam seus investimentos. Assine a EXAME.

Matéria desta quinta-feira (22), publicada pelo Estadão/Broadcast mostra que no dia 8 deste mês, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por meio de um importante interlocutor político, haveria mandado um duro recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

"O general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022 se não houvesse voto impresso e auditável. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica."

De acordo com o requerimento de Trad, assinado também pela deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), "o ministro Braga Netto e parcela das Forças Armadas chantageiam representantes eleitos dos Poderes da República para que sejam atendidas suas demandas, aduzindo que, caso não seja aprovada a PEC 135/2019 do voto impresso, irão golpear a democracia brasileira".

Para Trad, as ações do ministro violam artigos da Lei de Segurança Nacional e da Constituição Federal, entre eles a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, e a tentativa de impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos Estados.

Segundo o parlamentar, a aprovação do requerimento e prestação de esclarecimentos seria uma oportunidade para o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), provar que não houve inação de sua parte diante do recado que recebeu. "É dever de ofício de Lira adotar providências político-institucionais em defesa dos postulados do estado democrático de direito. Não o fazendo, isto é extremamente preocupante. Porque ciente da intenção de um projeto ameaçador da democracia, e nada fazendo, evidentemente que isso sugere pensar que não agiu de acordo com a magnitude do cargo e seu dever legal."

Acompanhe tudo sobre:Arthur LiraCâmara dos DeputadosMinistério da DefesaWalter Braga Netto

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar