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Deputado estadual Arthur do Val, o "Mamãe Falei", é expulso do DEM

O parlamentar, que foi lançado candidato a prefeito de São Paulo pelo MBL, vinha fazendo críticas a membros da legenda

Arthur do Val: deputado é integrante do Movimento brasil Livre (MBL) (José Antonio Teixeira/Alesp/Divulgação)

Arthur do Val: deputado é integrante do Movimento brasil Livre (MBL) (José Antonio Teixeira/Alesp/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 16h37.

Quatro dias após ser lançado candidato a prefeito de São Paulo pelo Movimento Brasil Livre (MBL), o deputado estadual Arthur do Val, o 'Mamãe Falei', foi expulso do partido pelo qual foi eleito, o DEM, após decisão da Comissão Executiva Estadual do partido. Crítico do governo João Doria (PSDB), que é apoiado pelo DEM, o deputado afirmou à reportagem que "quem está perdendo é o partido".

O deputado vinha fazendo críticas no plenário e nas redes sociais ao vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia, presidente estadual da legenda, e figuras como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também democrata. O governador Doria é tratado por Val como "lobista que vê São Paulo do helicóptero".

O partido tem acordo com o PSDB para apoiar na capital paulista a candidatura de Bruno Covas à reeleição. Na mesa, estaria a concordância tucana para abrir mão da cabeça de chapa nas eleições estaduais de 2022 em favor de Rodrigo Garcia, uma vez que Doria se coloca como pré-candidato à Presidência.

A expulsão atendeu requerimento feito ao Conselho de Ética do partido, que recomendou a expulsão. A decisão pela saída foi assinada por 11 dirigentes do partido, decidida por unanimidade.

Val disse que não esperava a atitude do partido, mas que não se surpreendeu. "Desde que eu entrei, houve um desconforto, porque minha atuação é completamente independente, critico muito o governo Doria", disse. "Eu fiz os discursos mais contundentes, acho que da história da Assembleia, contra o governador."

Ele disse considerar que a decisão pela expulsão pode ser uma mensagem dos dirigentes democratas à base do partido, como um alerta para outros casos de posicionamentos diferentes daqueles determinados pelo DEM. "Mas não esperava que fossem me expulsar."

O deputado disse que manterá o cargo (uma vez tem direito a isso) e que ainda mantém sua pré-candidatura à Prefeitura. "Acho que o partido deu um baita tiro no pé. Primeiro porque, se eu conseguir outro partido, eles vão ter outro concorrente contra o Bruno. Segundo, que eu sou deputado mais votado do partido, sou jovem, não tenho nenhum histórico de corrupção, trago uma luz para o partido."

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