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Deputado do PSL quebra cartaz de exposição na Câmara contra o racismo

O parlamentar arrancou da parede uma imagem em que aparecia um policial, de arma na mão, e um rapaz negro estendido no chão

Coronel Tadeu: deputado arrancou cartaz da parede e quebrou obra que era parte da exposição (Pablo Valadares/Agência Câmara)

Coronel Tadeu: deputado arrancou cartaz da parede e quebrou obra que era parte da exposição (Pablo Valadares/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 19h19.

Última atualização em 19 de novembro de 2019 às 19h19.

Uma exposição que trata do racismo no Brasil virou motivo de bate-boca na tarde desta terça-feira, 19, na Câmara dos Deputados. O deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) arrancou da parede da exposição uma imagem em que aparecia um policial, de arma na mão, e um rapaz negro estendido no chão, com a camisa do Brasil e algemado. No cartaz, lia-se a frase "O genocídio da população negra".

O ato do deputado provocou reação imediata de deputados presentes na Casa. Houve bate-boca na saída da exposição e gritos de "racista" em direção a Tadeu. "Ele não suportou uma exposição que registra a presença negra na história do Brasil nos diversos campos. E veio aqui e arrancou parte da exposição, onde havia a denúncia de um genocídio negro no Brasil", afirmou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

"Ele arrancou tudo, destruiu tudo e cometeu o crime de racismo e quebra de decoro", acrescentou. Jandira e outros parlamentares, como a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), prometeram levar o caso ao Conselho de Ética da Câmara.

Desde o início do dia, a imagem arrancada por Tadeu vinha causando desconforto aos deputados da chamada "bancada da bala". Mais cedo, o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) já havia encaminhado ao presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), um pedido para que o cartaz fosse retirado da exposição.

"Conforme se verifica do conteúdo da imagem, há a absurda atribuição da responsabilidade pelo genocídio da população negra aos policiais militares, prestando-se, assim, verdadeiro desserviço junto à população que trafega pelas dependências da Câmara, retratando negativamente o salutar papel dos policiais militares para a manutenção da ordem pública no nosso País", disse Augusto em seu pedido a Maia.

O deputado é presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública e da Comissão de Segurança Pública.

Após arrancar o cartaz, o coronel Tadeu voltou a criticou a imagem. "Colocar a PM como responsável pelo genocídio é inaceitável", afirmou ao Estadão/Broadcast.

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