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Deputado do PMDB será relator da denúncia contra Michel Temer

Sergio Zveiter desconversou sobre se o Palácio do Planalto teria a comemorar o fato de ele ser também do PMDB, partido de Temer

Sergio Zveiter: "A questão de ser do PMDB não o descredencia, não há vedação regimental", destacou Pacheco (Ueslei Marcelino/Reuters)

Sergio Zveiter: "A questão de ser do PMDB não o descredencia, não há vedação regimental", destacou Pacheco (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de julho de 2017 às 18h14.

Última atualização em 4 de julho de 2017 às 19h04.

Escolhido pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) afirmou na noite desta terça-feira que vai atuar com "independência" e destacou que o seu compromisso é com o país.

Zveiter desconversou sobre se o Palácio do Planalto teria a comemorar o fato de ele ser também do PMDB, partido de Temer, "Não sei dizer", afirmou.

Pouco antes, o presidente da CCJ minimizara esse fato. "A questão de ser do PMDB não o descredencia, não há vedação regimental", destacou Pacheco.

O relator da denúncia disse que vai se reunir com o presidente da comissão para avaliar o trâmite da denúncia, uma vez que é a primeira vez que a Câmara se depara com a análise a respeito da autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue se receberá a acusação criminal contra o presidente. Segundo ele, há lacunas que precisam ser resolvidas sobre o rito a ser adotado.

O deputado indicou que a CCJ poderá adotar o mesmo rito do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff ano passado.

Zveiter não quis antecipar se as cinco sessões regimentais previstas para a tramitação do processo é pouco ou muito para a sua análise.

Zveiter também não adiantou se vai aceitar pedidos feitos da oposição de produção de provas. Disse apenas que existe essa possibilidade, mas tal matéria será analisada no devido tempo. Destacou apenas que a última palavra, após a manifestação da CCJ, será do plenário da Câmara.

O relator é advogado de carreira e de uma família com forte atuação no Judiciário brasileiro. Ele presidiu a seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Tanto parlamentares do governo, quanto da oposição elogiaram a escolha. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) destacou o fato de Zveiter não ser um peemedebista orgânico. Em seu segundo mandato, o relator está na terceira legenda - já passou pelo PDT e pelo PSD e desde o ano passado está no PMDB.

"São vínculos menos fortes com o partido", avaliou Molon.

Um dos vice-líderes do PMDB e indicado recentemente pela CCJ, o deputado Carlos Marun (MS) avaliou positivamente a escolha. Disse que o relator é sereno, responsável e tem conhecimento jurídico.

"Não vejo a mínima possibilidade de ele inventar provas", afirmou.

A base aliada de Temer quer votar a análise na próxima semana, enquanto a oposição atua para atrasar, ao máximo, a tramitação do caso.

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