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Deputado adota novo projeto de Janot de abuso de autoridade

Janot esteve no Congresso nesta terça e entregou a proposta pessoalmente aos presidentes da Câmara e do Senado

Janot e Eunício: "Eu apresentei o projeto exatamente como veio do Ministério Público. Ela não é uma proposta de ódio, contra os integrantes do MP, nem de proteção ao Judiciário", disse o deputado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Janot e Eunício: "Eu apresentei o projeto exatamente como veio do Ministério Público. Ela não é uma proposta de ódio, contra os integrantes do MP, nem de proteção ao Judiciário", disse o deputado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2017 às 21h34.

Brasília - O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) protocolou nesta terça-feira, 28, um projeto de lei sobre abuso de autoridade com base na sugestão de texto apresentada mais cedo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Janot esteve no Congresso nesta terça e entregou a proposta pessoalmente aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

"Eu apresentei o projeto exatamente como veio do Ministério Público. Eu adotei a ideia de Janot na íntegra. Ela não é uma proposta de ódio, contra os integrantes do Ministério Público, nem de proteção ao Judiciário", disse.

Para o deputado, a grande virtude do projeto é que ele vale para todas as autoridades do País, desde o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, até integrantes do Ministério Público, Tribunal de Contas, e agentes da administração pública de modo geral.

"É um texto cuidadoso, com palavras cuidadosas, bem formulado", destacou o deputado.

Atualmente, há duas propostas de abuso de autoridade tramitando no Congresso. Uma delas foi incluída pelos deputados no pacote das medidas contra corrupção e prevê a responsabilização apenas de juízes e de membros do Ministério Público.

A outra, que tramita no Senado, é de autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e tem uma abrangência mais ampla no rol de autoridades.

Mesmo assim, o projeto de Renan foi visto por integrantes do Poder Judiciário como uma retaliação aos avanços da Operação Lava Jato, já que o ex-presidente do Senado é um dos réus na investigação.

Na semana passada, após as diversas críticas à condução da operação "Carne Fraca", os senadores decidiram retomar o debate sobre abuso de autoridade.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Edison Lobão (PMDB-MA), que também é investigado na Lava Jato, colocou o projeto na pauta colegiado esta semana.

Projeto

Um dos principais pontos do texto de Janot apresentado à cúpula do Congresso, e formalizado como projeto de lei por Miro Teixeira, é deixar claro que não configura crime de abuso de autoridade a mera divergência de interpretação jurídica, isto é, quando um juiz tem uma decisão modificada pela instância superior.

A medida já vinha sendo defendido pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância.

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