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Deputada venezuelana diz ao Senado ser ameaçada de morte

María Corina Machado denunciou as ameaças em uma carta enviada ao presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado


	Maria Corina Machado participa de audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado
 (José Cruz/Agência Brasil)

Maria Corina Machado participa de audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2014 às 19h28.

Brasília - A deputada venezuelana de oposição María Corina Machado denunciou estar recebendo ameaças de morte, contra si e contra seus filhos, em uma carta enviada ao presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). 

Em seu texto, encaminhado há 10 dias, María Corina afirma que teve seu celular divulgado na imprensa por membros do governo de Nicolás Maduro e uma investigação teria sido aberta contra ela por participação no planejamento de um suposto golpe, mas sem que tivesse sido informada.

Ferraço encaminhou a carta de María Corina ao Itamaraty e pediu informações ao governo brasileiro sobre as negociações ainda em curso entre governo e oposição que vem sendo mediadas por um grupo de chanceleres, entre eles o brasileiro Luiz Alberto Figueiredo.

O senador também prometeu encaminhar as denúncias da venezuelana à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

"O Brasil ama a democracia e tem a obrigação de agir em sua defesa, na defesa das liberdades públicas e dos direitos humanos. Nessas condições, saiba Vossa Excelência que o Senado da República seguirá acompanhando os próximos desdobramentos da lamentável crise que se abate sobre o país vizinho", diz o senador em uma resposta envida à María Corina. 

"Em face dos indícios de atropelo aos direitos e garantias do devido processo legal, princípios inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, decidi por bem oficiar o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado".

María Corina é uma das principais líderes de oposição ao governo de Maduro e uma das comandantes das marchas contra o presidente venezuelano junto com Leopoldo López, que está preso, acusado de incitar a violência no país.

Em abril deste ano, veio a Brasília para uma audiência na Comissão de Relações Exteriores, onde denunciou o que chamou de perseguição a ela e outros parlamentares de oposição.

"Na terça-feira, 4 de junho, Nicolás Maduro me chamou de assassina no seu programa de rádio semanal e exortou o poder Judiciário a me prender. No dia seguinte, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, afirmou que 'se Maduro for assassinado, María Corina Machado pagará por suas ações", escreveu a deputada.

"Deste então recebi numerosas ameaças de morte contra mim e contra meus filhos. O número de meu celular foi divulgado pelo regime nos meios de comunicação e nas redes sociais, em violação ao meu direito de privacidade e numa clara instigação ao ódio", afirmou.

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