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Deportação de brasileiros da Europa cresce quase 40% em 2017

No primeiro semestre deste ano, 3,1 mil ordens judiciais foram emitidas por tribunais nos diversos países do bloco estipulando o retorno dos brasileiros

Passaporte: nos seis primeiros meses de 2016, foram 2,3 mil ordens de extradição de brasileiros na Europa (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Passaporte: nos seis primeiros meses de 2016, foram 2,3 mil ordens de extradição de brasileiros na Europa (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 09h20.

Última atualização em 19 de dezembro de 2017 às 09h20.

Genebra - A onda de brasileiros que foram morar na Europa para fugir da crise colocou o Brasil, novamente, entre as dez nacionalidades com o maior número de deportações do continente.

No primeiro semestre deste ano, 3,1 mil ordens judiciais foram emitidas por tribunais nos diversos países do bloco estipulando o retorno dos brasileiros.

Nos seis primeiros meses de 2016, foram 2,3 mil: um aumento de 37% de um ano para o outro.

Os dados da Agência de Fronteiras da Europa, a Frontex, foram divulgados nesta segunda-feira, 18.

Segundo fontes dos serviços de imigração em Bruxelas, a grande maioria das ordens de expulsão é direcionada a brasileiros que chegaram entre 2015 e 2016 - período que coincide com o da maior recessão da história do Brasil.

O cálculo não inclui os brasileiros barrados nos aeroportos europeus e se refere apenas àqueles que já estavam vivendo de forma irregular no continente.

Em 2016, 3,7 mil brasileiros foram impedidos de entrar na Europa, ante 1,7 mil nos seis primeiros meses de 2017.

No segundo trimestre deste ano, por exemplo, a entidade aponta que "um número significativo de recusas de entrada foi emitido a albaneses na Itália (826), brasileiros em Portugal (312) e colombianos na Espanha (347)".

Mas é o número de decisões de retorno que agora ganha força. No primeiro trimestre de 2016, por exemplo, foram 986 brasileiros com ordens de expulsão.

Nos primeiros três meses de 2017, essa taxa subiu para 1,5 mil e, entre abril e junho, o número foi de 1619 expulsões declaradas, quase 18 por dia.

Os índices colocam o Brasil na décima posição entre as nacionalidades mais visadas, com apenas 200 casos a menos que os sírios. A lista é liderada pela Ucrânia e Marrocos, com mais de 11 mil casos cada apenas nos seis primeiros meses de 2017.

A última vez em que o Brasil entrou na lista dos dez primeiros foi em 2011, no auge da crise econômica europeia e quando governos do bloco passaram a endurecer a política migratória. Naquele ano, foram 6 mil brasileiros expulsos. Este ano, portanto, pode superar.

Os números, agora, refletem outra realidade. Primeiro, a adoção de leis cada vez mais restritivas para o trabalho de migrantes irregulares.

Em diversos países, empregadores têm sido multados quando são flagrados com funcionários sem registro.

O outro fator é o aumento de brasileiros irregulares na Europa nos últimos anos.

Mas como eles se estabelecem nos países de forma clandestina não há números que mostrem esse crescimento.

No total, a Europa emitiu 303 mil ordens de expulsões contra estrangeiros vivendo de forma irregular no continente em 2016. Nos seis primeiros meses de 2017, foram 37 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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