Em publicação nas redes sociais feita nesta quinta-feira, ele afirmou que, após as férias, vai voltar para colaborar com a transição no Ministério da Justiça (José Crus/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 12 de janeiro de 2024 às 16h54.
Última atualização em 12 de janeiro de 2024 às 16h55.
Com a chegada de Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça, o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, recebeu aceno do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), com convite para ocupar cargo no primeiro escalão do governo. Apesar de formalmente ter afirmado que não pediu demissão, a saída dele da pasta é vista como iminente por pessoas próximas.
Cappelli foi convidado para integrar o secretariado de Paes, mas ainda sem definição de para qual pasta. De férias com a família, o secretário-executivo ainda não terá dado uma resposta à proposta. Em publicação nas redes sociais feita nesta quinta-feira, ele afirmou que, após as férias, vai voltar para colaborar com a transição no Ministério da Justiça.
Nos últimos dias, os dois vêm trocando acenos nas redes socais envolvendo criminosos que exigiram recursos de empreiteira para a implantação de obra da prefeitura do Rio na Zona Oeste da cidade. Nesta terça-feira, Paes levou o alerta a Cappelli em uma publicação no X, antigo Twitter: "Ameaçam paralisar as obras caso o pagamento não aconteça. Obviamente não vamos aceitar". Em resposta, Cappelli, que atua como ministro da Justiça interino, falou que o caso é "inaceitável" e disse ter acionado equipes da Polícia Federal (PF) na capital:
"Caro prefeito @eduardopaes, equipe da PF no Rio já em contato com a sua equipe colhendo informações. É inaceitável que criminosos dominem territórios e cobrem taxas de empresas e na casa de moradores. Simplesmente inaceitável. Vamos agir".
A saída do atual titular da Justiça, Flávio Dino, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma incerteza quando ao futuro de Cappelli, o "zero dois" da pasta. Inicialmente, foi estudado o desmembramento e a recriação do Ministério da Segurança Pública para manter a participação do PSB na Esplanada — tanto Dino quando Cappelli são filiados à legenda —, mas a ideia não vingou.
A mudança na composição com a chegada de Lewandowski pode comprometer o cargo ocupado pelo secretário-executivo. A aliados, ele vem falando que concordaria em permanecer no Ministério da Justiça se pudesse continuar no mesmo cargo.