Flores são colocadas por moradores na fachada da boate Kiss, onde ocorreu um incêndio que matou pelo menos 231 pessoas, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul (REUTERS/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2013 às 20h40.
Porto alegre - Testemunhas da tragédia da boate Kiss confirmaram à Justiça que a casa noturna ficava superlotada com frequência em nova rodada de depoimentos ao juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, Ulysses Fonseca Louzada, nesta quinta-feira, 05.
Uma ex-funcionária do estabelecimento disse que a admissão de público excessivo era constante e que não lembra de a administração limitar a entrada de pessoas alguma vez. Um frequentador lembrou que conseguiu sair rastejando do tumulto que se formou quando o fogo se alastrou pelo teto do edifício. Outro reiterou que as grades de contenção dificultaram a saída do público.
A tragédia ocorreu na madrugada de 27 de janeiro e, conforme apurou a polícia, foi provocada pelo uso de artefato pirotécnico durante show da banda Gurizada Fandangueira. Uma fagulha chegou ao teto e passou a queimar a espuma do revestimento acústico. Como a casa estava superlotada, houve tumulto e muitos frequentadores não conseguiram sair dela a tempo de se salvar. A maioria das 242 vítimas morreu por asfixia. Dois proprietários da casa e dois integrantes do conjunto musical são réus do processo criminal, que está em fase de instrução, e serão julgados por júri popular.
Presidente da CPI morre
A vereadora Maria de Lourdes Castro (PMDB), de 56 anos, que presidiu a CPI da Boate Kiss na Câmara de Santa Maria, morreu na madrugada desta quinta-feira. Ela vinha se queixando de dores nas costas e no peito e sofreu uma parada cardíaca. O corpo da parlamentar foi enterrado no final da tarde desta quinta-feira.
A CPI funcionou do início de março ao início de julho e, ao final, entendeu que os agentes públicos que autorizaram o funcionamento da boate não infringiram a legislação existente no município.