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Denúncias contra Temer causaram prejuízo político ao governo, diz Padilha

Ministro também defendeu a necessidade da reforma da Previdência e disse que não se pode pensa estabilidade fiscal sem encarar questão previdenciária

Eliseu Padilha: "Se tivéssemos aprovado a reforma da Previdência, seguramente a situação fiscal brasileira e inclusive a projeção de crescimento do PIB teria sido muito diferente" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eliseu Padilha: "Se tivéssemos aprovado a reforma da Previdência, seguramente a situação fiscal brasileira e inclusive a projeção de crescimento do PIB teria sido muito diferente" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2018 às 17h44.

Brasília - As denúncias feitas pelo executivo Joesley Batista, em maio de 2017, que envolveram o presidente Michel Temer, trouxeram prejuízo político para o governo e também para a aprovação da reforma da Previdência.

A afirmação foi feita nesta quinta-feira, 17, pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista a jornalistas de agências internacionais, quando questionado sobre a influência dessas denúncias na política e economia do País.

"Não posso ignorar que isso trouxe prejuízo político para o governo porque, durante algum tempo, tivemos de gastar energia para fazer com que o Congresso Nacional se ocupasse da análise e da negativa de autorização para que o presidente não fosse processado. O fato não existia, isso foi esclarecido e o Congresso não recebeu a denúncia", afirmou.

Padilha reconheceu que, mesmo com a recusa da denúncia por parte da Câmara, o episódio trouxe prejuízos porque se perdeu tempo analisando o tópico.

"A reforma da Previdência estava praticamente aprovada quando esse tópico veio à luz. Se tivéssemos aprovado a reforma da Previdência, seguramente a situação fiscal brasileira e inclusive a projeção de crescimento do PIB teria sido muito diferente. Então, houve prejuízo na aprovação da reforma da Previdência", enfatizou o ministro.

Padilha aproveitou para defender a necessidade da reforma da Previdência e disse que "não se pode pensar em estabilidade fiscal no Brasil sem ter coragem de se enfrentar a questão previdenciária". Ele lembrou que mais de 50% do orçamento da União hoje está comprometido com a seguridade social, especificamente com a Previdência Social.

"Não podemos continuar com isso. Temos de seguir no rumo da reforma", afirmou, lembrando que talvez não seja possível mais fazer no governo Temer, em razão da intervenção na área de segurança do Rio de Janeiro, o que impede a votação de emendas constitucionais. Mas, destacou, o próximo governo terá de debater e ter propostas para a questão. "Como ocorreu em outras nações do mundo, que tiveram que enfrentar esse tópico, nós teremos de enfrentar", afirmou.

Popularidade

Padilha foi questionado sobre as razões da popularidade do presidente Michel Temer continuar tão baixa, apesar dos avanços observados na economia do País. Segundo ele, uma das razões para isso é a denúncia de maio de 2017, feita por Joesley, e toda a sua repercussão na sociedade.

"Tivemos e temos aquela tradução do episódio de maio de 2017, que acaba reverberando até hoje, o presidente é atacado moralmente. E, em que pese que tenha se defendido, que a Câmara tenha rechaçado a denúncia, o episódio acabou nos trazendo prejuízos políticos", disse. Segundo ele, os avanços são percebidos pela população, mas não creditados ao presidente Temer.

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