Cristiane Brasil: filha do ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, pivô do esquema do mensalão, Cristiane chegou ao Congresso nas eleições de 2014, quando teve 80 mil votos (Gilmar Felix/)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 18h18.
São Paulo - Denunciada por suposto esquema de fraudes no Ministério do Trabalho e proibida de por os pés na pasta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal Cristiane Brasil (PTB) não se reelegeu pelo Rio.
Com apenas 10.002 votos, a parlamentar vai perder o foro privilegiado na Corte máxima já no dia 1º de janeiro. Investigações que a envolvam devem prosseguir na primeira instância judicial.
Filha do ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, pivô do esquema do mensalão, em 2005, Cristiane chegou ao Congresso nas eleições de 2014, quando teve 80 mil votos.
Ela chegou a ser cotada pelo governo Temer para assumir o Ministério do Trabalho, mas teve seus planos frustrados por decisão da ex-presidente do Supremo, Cármen Lúcia, em janeiro, no âmbito de ação popular em que advogados apontavam que ela havia sofrido condenações na Justiça Trabalhista. Outros juízes federais já haviam dado liminares para suspender a posse.
Em meio à guerra de liminares que acabou por fazer o governo Temer desistir da nomeação, Cristiane chegou a gravar um vídeo em uma lancha, para se defender das acusações.
Em junho, Cristiane foi alvo de buscas e apreensões no âmbito da Operação Registro Espúrio, sobre fraudes na concessão de registros sindicais pelo Ministério do Trabalho. Em agosto, ela, seu pai, e outros investigados, foram denunciados pela Procuradoria por organização criminosa.
Por decisão do Supremo, Cristiane é alvo de cautelares, como "a proibição de frequentar o Ministério do Trabalho, salvo quando tal acesso seja imprescindível ao exercício do mandato parlamentar mediante prévia justificativa", e "proibição de manter contato com os demais investigados ou servidores da Pasta, salvo, nesta última hipótese, quando imprescindível ao exercício do mandato parlamentar, mediante prévia justificativa".
Por duas vezes, a deputada teve de se justificar ao Supremo sobre o contato com investigados. Em uma delas, para participar de uma convenção do PTB, e em outra oportunidade, para passar o dia dos pais com Roberto Jefferson.