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Denúncia é tentativa de desviar foco de áudio, diz defesa de Lula

A defesa de Lula não cita nominalmente o procurador Rodrigo Janot, alvo de críticas desde que veio à tona novo áudio de Joesley Batista

Lula: segundo o advogado, a nova denúncia é mais uma tentativa de usar as leis para perseguir o ex-presidente (Nacho Doce/Reuters)

Lula: segundo o advogado, a nova denúncia é mais uma tentativa de usar as leis para perseguir o ex-presidente (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 22h07.

São Paulo - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, por meio de uma nota distribuída nesta terça-feira, 5, à noite, que a apresentação da denúncia contra Lula e outros sete petistas pelo crime de organização criminosa é uma tentativa do Ministério Público Federal (MPF) de desviar o foco da polêmica em torno da legalidade das delações premiadas.

"O protocolo dessa denúncia na data de hoje sugere ainda uma tentativa do MPF de mudar o foco da discussão em torno da ilegalidade e ilegitimidade das delações premidas no país", diz a nota.

A defesa de Lula não cita nominalmente o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, alvo de críticas desde que veio à tona novo áudio do empresário Joesley Batista que coloca em risco a delação feita pelos donos e executivos da J&F avalizada pelo próprio Janot.

Segundo a nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, a nova denúncia é mais uma tentativa de usar as leis para perseguir o ex-presidente.

"Essa denúncia, cujo teor ainda não conhecemos, é mais um exemplo de mau uso das leis para perseguir o ex-presidente Lula, que não praticou qualquer crime e muito menos participou de uma organização criminosa. É mais um ataque ao Estado de Direito e a democracia", diz a nota.

Mantega

O advogado do ex-ministro Guido Mantega, Fabio Toffic, também vinculou a denúncia à crise causada pela delação da J&F. Segundo ele, é contraditório uma denúncia ser apresentada "usando como prova basicamente a palavra de delatores" justamente no dia "histórico" em que as deleções passaram a ser questionadas.

"É no mínimo contraditório que num dia histórico, quando o Brasil se depara com a desfaçatez dos delatores, e sua disposição ao teatro e à dissimulação, a PGR resolva oferecer denúncia usando como prova basicamente palavra de delatores, antes de empreender uma apuração mínima para saber se as acusações possuem algo elo com a realidade", disse Toffic.

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