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Democracia nunca esteve tão forte, diz Bolsonaro

Declaração do presidente foi feita após uma série de desentendimentos entre o governo e o Congresso

Bolsonaro: "Caixa era verdadeira Arca de Noé", afirmou o presidente (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Bolsonaro: "Caixa era verdadeira Arca de Noé", afirmou o presidente (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 17h05.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2020 às 17h06.

O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira, 20, pelo Twitter, que "a democracia nunca esteve tão forte". O tuíte lacônico, aparece na sequência de uma série de desentendimentos entre o governo e o Congresso.

Também nesta quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Congresso "não precisa pisar no nosso pé", em referência às emendas impositivas demandadas pelos parlamentares.

Na quarta-feira, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse que o governo não poderia aceitar o que chamou de chantagem do Congresso, em diálogo captado em transmissão ao vivo. A fala de Heleno repercutiu mal entre os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), respectivamente.

"Uma pena que um ministro com tantos títulos tenha se transformado num radical ideológico contra a democracia, contra o Parlamento. É muito triste", declarou ontem Rodrigo Maia.

Caixa: "Arca de Noé"

O presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou as antigas gestões da Caixa Econômica Federal durante o lançamento da nova linha de crédito imobiliário com taxa fixa, no Palácio do Planalto.

"(A Caixa) era uma verdadeira arca de Noé onde cada diretoria, cada vice-presidência tinha um partido pendurado ali. Não podia dar certo. Não podia dar lucro, não podia ter planos. O presidente, na verdade, eu posso falar, já que o Paulo (Guedes, ministro da Economia) não falou e a imprensa me adora, era uma rainha da Inglaterra", disse o presidente da República.

Bolsonaro falou que o seu governo tem restabelecido a confiança dos brasileiros na política. E voltou a criticar a imprensa.

"Esse plano (de crédito imobiliário) mesmo é fruto do restabelecimento da confiança no governo, que não tinha. Um governo que, para parte da população, para quase toda a imprensa chegou a desacreditar. Para a imprensa seria bom os que sempre estiveram lá", disse Bolsonaro.

Ele afirmou, ainda, que a imprensa deveria ter um carimbo na testa com a frase: "a verdade acima de tudo". "A imprensa deveria deixar de se comportar como um partido político de extrema esquerda", comentou.

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