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"Democracia começa dentro de casa", diz Alckmin sobre prévias

Como um dos fundadores do PSDB, o tucano defende que o candidato do partido à Presidência da República seja escolhido por meio de prévias internas

Alckmin: "Quando você tem mais de um candidato, você deve ampliar a escuta" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Alckmin: "Quando você tem mais de um candidato, você deve ampliar a escuta" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 17h18.

Brasília - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), reforçou nesta terça-feira, 12, sua defesa para que o candidato do PSDB à Presidência da República seja escolhido por meio de prévias internas.

Como um dos fundadores do partido, o tucano afirmou que a democracia tem de começar "dentro de casa".

"Sempre defendi que, quando você tem mais de um candidato, você deve ampliar a escuta. Você erra menos e acerta mais. Ninguém se sente alijado", explicou antes de citar o modelo norte-americano como referência.

"Como o modelo americano se sustenta com dois partidos? Tem primária e você vai afunilando. Sempre defendi (prévias), sou fundador do partido, a sétima assinatura em 1988, democracia começa dentro de casa", complementou.

As declarações de Alckmin têm como alvo o prefeito de São Paulo, João Doria, que havia rechaçado a possibilidade de disputar prévias no PSDB.

Recentemente, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o prefeito João Doria disse que são as pesquisas de intenção de voto que serão determinantes na escolha do candidato tucano ao Palácio do Planalto em 2018. Isso porque Doria é um dos nomes mais bem cotados nos levantamentos feitos por institutos de pesquisa.

Nesta terça-feira, Doria voltou atrás nessa posição. "Eu tenho, pessoalmente, muito constrangimento, porque gosto do governador Alckmin, é meu amigo e por quem mantenho profunda admiração. Preferiria não, mas o tempo vai dizer, temos até dezembro, início de março, para formatar isso", disse o tucano, que fez o discurso de abertura do Fórum Latino-Americano de liderança estratégica em infraestrutura, na capital paulista.

Alckmin, por sua vez, aproveitou para criticar o número de partidos brasileiros.

"O Brasil não pode continuar tendo multipartidarismo de 35 partidos. A hora que tiver menos (partidos), como você faz com novas lideranças? Você abre processo de escolha mais democrático, você tenha escuta mais ampla", enfatizou.

O governador de São Paulo participou de um almoço com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nesta terça-feira, em Brasília.

Em clima de campanha presidencial, o tucano recebeu uma carta dos integrantes da frente que trata da importância de tornar o setor "mais eficiente e desburocratizado".

Questionado se havia sido convidado para o almoço como governador ou candidato à Presidência, Alckmin respondeu que estava presente como representante do Estado de São Paulo.

"Vim como governador, mas eu gosto de estudar as coisas do Brasil", disse.

Alckmin ouviu os parlamentares sobre as questões da área, respondeu questionamentos dos deputados e ainda brincou sobre sua experiência como "produtor de leite", quando chegou a ter seis vacas leiteiras.

Além de Alckmin, participaram do encontro o senador José Serra (PSDB-SP) e o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), que deixou o evento mais cedo.

Na saída, questionado sobre o clima de campanha, Araújo disse que o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), também seria convidado em outra oportunidade.

"Estamos conversando com alguns presidenciáveis e colocando algumas questões como a questão do trigo, do leite. Estamos montando uma pauta e entregamos uma carta a ele (Alckmin)", explicou o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), integrante da FPA.

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