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Demissão de diretor do Dnocs foi exigência de Dilma

A presidente se sentiu desafiada pelo líder do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas

A negociação foi feita por intensa troca de telefonemas, já que o líder está em Natal, os ministros em Brasília e Temer em São Paulo (José Cruz/ABr)

A negociação foi feita por intensa troca de telefonemas, já que o líder está em Natal, os ministros em Brasília e Temer em São Paulo (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 18h18.

Brasília - A demissão do diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) foi uma exigência da presidente Dilma Rousseff, depois de o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, ter descartado a possibilidade de o governo criar uma crise com o maior partido da base aliada, em torno do Dnocs.

A presidente se sentiu desafiada pelo líder e mandou que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, entrasse em contato com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para providenciar a rápida demissão de Elias Fernandes. Receoso de criar uma crise pessoal com o PMDB, Bezerra pediu ajuda do vice-presidente da República, Michel Temer, para que explicasse ao líder a situação. A própria ministra Gleisi também recorreu a Temer, na tentativa de explicar que a presidente não podia admitir ser desafiada pelo líder peemedebista.

A negociação foi feita por intensa troca de telefonemas, já que o líder está em Natal, os ministros em Brasília e Temer em São Paulo. No meio da manhã ficou acordado que Elias Fernandes tomaria a iniciativa de pedir demissão, mas Fernando Bezerra teria que se comprometer em dar uma declaração sobre "a lisura dos procedimentos" do diretor do Dnocs à frente do órgão. Em conversa anterior com Temer e Henrique Alves, o ministro Bezerra já havia acolhido a defesa de Elias Fernandes,contestando a participação do diretor em desvios de recursos do órgão, por meio de licitações superfaturadas.

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