Brasil

DEM, PR e PRB liberam correligionários para apoiar candidatos no 2º turno

Partidos que compõem o chamado "centrão" devem ser peça fundamental para a governabilidade de qualquer um dos eleitos

Bolsonaro e Haddad: "Qualquer presidente eleito vai ter de dialogar com o Congresso, isso é um fato", disse o líder do PR na Câmara (Adriano Machado/Rodolfo Buhrer/Reuters)

Bolsonaro e Haddad: "Qualquer presidente eleito vai ter de dialogar com o Congresso, isso é um fato", disse o líder do PR na Câmara (Adriano Machado/Rodolfo Buhrer/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 16h31.

Última atualização em 10 de outubro de 2018 às 17h32.

Brasília - O DEM, o PR e o PRB, partidos que integram o chamado centrão, decidiram liberar seus líderes e militantes para definirem se apoiam Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais.

Diante da previsão de polarização no Congresso eleito no último domingo (PT e PSL conquistaram as maiores bancadas na Câmara) e ainda em meio a uma fragmentação partidária, com ainda mais siglas compondo o Parlamento, o centrão deve ser peça fundamental para a governabilidade de qualquer um dos eleitos.

"Qualquer presidente eleito vai ter de dialogar com o Congresso, isso é um fato", disse o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA). "Terá que apresentar propostas que tenham apoio da sociedade, que vai estar muito mais exigente no próximo governo do que agora", avaliou.

O DEM, o PR e o PRB participavam da coligação da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência. O PP, outro partido que compõe o centrão e que apoiou Alckmin no primeiro turno, também liberou seus filiados no segundo turno.

Rocha afirmou que o PR, que elegeu 33 deputados e 2 senadores, decidiu "liberar todas as comissões provisórias estaduais e os deputados a tomar a decisão que for a melhor em cada Estado".

Em nota, o presidente nacional do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto, afirmou que o partido está "conectado com a vontade de mudança do povo brasileiro". "Neste novo tempo que se anuncia, não cabem invasão e destruição de propriedades, e muito menos mensalão ou petrolão. É o momento de substituir a prática do 'toma lá dá cá' da velha política pelos verdadeiros interesses públicos", disse o presidente na nota.

"Ficam, assim, os nossos líderes e militantes de todo Brasil liberados para, seguindo as suas convicções, apresentarem a sua manifestação de voto neste segundo turno", defendeu o presidente do DEM, partido que tradicionalmente já fazia oposição aos governos do PT.

Na disputa pelo primeiro turno, o DEM chegou a investir na candidatura do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), mas depois se aliou ao chamado centrão e decidiu, em bloco, apoiar Alckmin na corrida presidencial. A sigla elegeu 29 deputados federais e quatro senadores.

Também em nota, o PRB informou que sua Executiva Nacional decidiu "liberar os seus membros para apoio no segundo turno da eleição para presidente da República". O partido elegeu 30 deputados e dois senadores.

O PPS, que não integra o centrão, também decidiu nesta quarta-feira liberar seus correligionários. Na véspera, PSDB, Novo, e o PP, que integra o centrão, decidiram na mesma linha.

O Solidariedade ainda discutia seu posicionamento nesta quarta-feira, mas parte de seus integrantes tende a defender apoio a Haddad.

O PSB, partido que optou por não se coligar no primeiro turno, mas aprovou veto a qualquer apoio à candidatura de Bolsonaro, anunciou na terça-feira apoio a Haddad - com exceção dos diretórios de São Paulo, Distrito Federal e Sergipe.

Acompanhe tudo sobre:Democratas (DEM)Eleições 2018Fernando HaddadJair BolsonaroPR – Partido da RepúblicaPRB – Partido Republicano Brasileiro

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP