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DEM e PSDB "escondem" voto até o fim

Os partidos aliados do governo não decidiram formalmente como vão analisar a denúncia contra o presidente Michel Temer

Partidos: com 45,6% dos tucanos supostamente em cima do muro, os dois lados acreditam que terão a maioria em plenário (Adriano Machado/Reuters)

Partidos: com 45,6% dos tucanos supostamente em cima do muro, os dois lados acreditam que terão a maioria em plenário (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de agosto de 2017 às 08h54.

Brasília - Dois dos principais partidos aliados do governo chegam ao dia da sessão que vai analisar a denúncia contra o presidente Michel Temer sem decidir formalmente sobre o tema. Tanto no PSDB quanto no DEM, legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), parlamentares "escondem" o voto até a véspera da decisão no plenário.

O caso mais emblemático é o do DEM: 21 dos 29 deputados da bancada - 72,4% - não responderam seu voto ou se disseram indecisos no placar do jornal O Estado de S. Paulo. Apenas dois deputados do DEM se disseram a favor da denúncia e cinco contra.

Já no PSDB quase metade da bancada "esconde" sua opção. Enquanto a ala dos deputados dos "cabeças pretas", que defendem o rompimento com o governo, se digladia com os "cabeças brancas", que defendem a manutenção da aliança, 21 dos 46 parlamentares da bancada tucana não quiseram revelar seu voto ou se disseram indecisos.

Com 45,6% dos tucanos supostamente em cima do muro, os dois lados acreditam que terão a maioria em plenário. Os governistas apostam em uma vitória apertada, enquanto o outro lado prevê 30 votos contra o presidente Temer.

Sem consenso, o líder Ricardo Tripoli (SP) decidiu liberar a bancada, enquanto a Executiva tucana nem sequer se reuniu. Os dois grupos concordam, porém, que o consenso depende hoje de um acordo sobre a sucessão no comando do partido.

"Temos hoje um presidente que está, mas não é. E outro que é, mas não está", disse o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.

Impasse

O presidente licenciado da sigla, senador Aécio Neves (MG), defende a manutenção da aliança com Temer. Já o presidente em exercício, senador Tasso Jereissati (CE), prega o desembarque. A reportagem do Estadão/Broadcast apurou que Jereissati não quer mais ficar à frente da legenda. Uma das razões seria a reaproximação entre Aécio e o Palácio do Planalto. No fim de semana passado, Aécio participou de uma série de reuniões com Temer e Maia.

"Não há como unificar a posição antes de resolver o problema da direção. O PSDB perdeu a chance de se diferenciar dos demais partidos", disse o deputado Daniel Coelho (PE), líder dos "cabeças pretas".

 

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