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Delúbio poderá ter condenação unânime

Antes, réu disse que as denúncias do mensalão seriam esquecidas e que iriam virar "piada de salão"


	Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT
 (Cláudio Rossi)

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT (Cláudio Rossi)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 09h38.

Brasília - Em outubro de 2005, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares disse ao jornal O Estado de S. Paulo que as denúncias do mensalão seriam esquecidas e que iriam virar "piada de salão". O prognóstico não se confirmou. As revelações do escândalo materializaram-se no processo do mensalão e Delúbio vai ser condenado nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa. A dúvida é se a punição será decidida por unanimidade.

Delúbio é o único do antigo triunvirato petista - ao lado do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - que recebeu o voto de todos os ministros pela condenação. Diferindo apenas quanto ao grau de envolvimento e de autonomia do ex-tesoureiro, quatro magistrados já entenderam que Delúbio participou ativamente do esquema de pagamento de propina para que deputados do PP, PTB, PL (atual PR) e PMDB votassem a favor de projetos de interesse do governo Lula.

Para o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, Delúbio era o executor do esquema, comandado por Dirceu. Os ministros Luiz Fux e Rosa Weber consideraram impossível o ex-tesoureiro ter atuado sem respaldo superior. "Não é possível acreditar que Delúbio sozinho teria comprometido o PT com dívida na ordem de R$ 55 milhões. Para mim, existe prova acima do razoável de que Delúbio não agiu sozinho", disse Rosa Weber.

Único a dar a Delúbio papel de destaque, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação, descreveu-o como "personagem onipresente" da ação. Mas diferiu dos colegas ao não encontrar provas de que a dupla agia a mando de Dirceu e Genoino. "Marcos Valério (o "operador" do mensalão) e Delúbio Soares são os dois grandes articuladores deste esquema criminoso e de repasse de verbas a políticos para os mais diversos fins: apropriação pessoal, para fins eleitorais e, talvez, pode ser até para compra de consciência em algum caso."

Na instrução do processo, a defesa de Delúbio insistiu na tese de que ele, no máximo, cometeu crime de caixa 2 ao repassar recursos aos aliados. Esse crime estaria prescrito e não foi denunciado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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