Repórter
Publicado em 27 de outubro de 2025 às 21h48.
A delegação brasileira se reuniu nesta segunda-feira, 27, com representantes dos Estados Unidos, na Malásia, para dar início às negociações sobre o tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump a produtos nacionais.
É o primeiro passo oficial após a conversa entre o presidente Lula e Trump realizada no domingo.
A prioridade de Brasília é reverter quanto antes as taxas aplicadas pela Casa Branca. Novos encontros bilaterais já estão programados para tentar resolver a crise comercial.
Segundo comunicado divulgado pelo Itamaraty nas redes sociais, a delegação americana foi liderada por Jamieson Greer, representante comercial do país. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, também participou da reunião.
Já a delegação brasileira foi comandada pelo chanceler Mauro Vieira, que estava acompanhado de Audo Faleiro, assessor-chefe adjunto da Assessoria Especial do presidente Lula.
Em seguimento ao encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump, na Malásia, delegações do Brasil e Estados Unidos reuniram-se em Kuala Lumpur na manhã de segunda-feira, dia 27, para iniciar o diálogo sobre as negociações relativas às medidas tarifárias adotadas pelos EUA. pic.twitter.com/N6yadFErKs
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) October 27, 2025
O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Donald Trump, realizado no domingo, 26, em Kuala Lumpur, estendeu-se por quase uma hora.
Tanto Lula quanto Trump estavam na Malásia para participar da 47ª reunião de cúpula da Asean, a Associação de Nações do Sudeste Asiático.
Em um rápido pronunciamento aos jornalistas, Trump afirmou que acredita que as relações entre Brasil e EUA culminarão em um "bom acordo".
"Acho que conseguiremos fechar alguns bons acordos, como temos conversado, e acho que acabaremos tendo um ótimo relacionamento", declarou o republicano.
Quando questionado sobre uma possível diminuição das tarifas americanas contra o Brasil, Trump respondeu de forma cautelosa: "Vamos discutir isso por um tempo. Sabemos que nos conhecemos. Sabemos o que cada um quer".
Um dia após se reunir com Trump, Lula demonstrou otimismo em relação a uma solução rápida para as questões envolvendo tarifas impostas às exportações brasileiras por parte dos Estados Unidos.
“Logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil. O que interessa numa mesa de negociação é o futuro, é o que você vai negociar para frente. A gente não quer confusão, a gente quer negociação. A gente não quer demora, quer resultado”, resumiu Lula, em conversa com jornalistas.
O presidente também enfatizou que questões ideológicas não serão barreiras para que as negociações avancem para um desfecho favorável aos dois países.
“Fiz questão de dizer ao presidente Trump que o fato de termos posições ideológicas diferentes não impede que dois chefes de Estado tratem a relação com muito respeito. Eu o respeito porque ele foi eleito presidente dos Estados Unidos pelo voto democrático do povo americano e ele me respeita porque fui eleito pelo voto democrático do povo brasileiro. Com isso colocado na mesa, tudo fica mais fácil”, ponderou.
Eu volto para o Brasil satisfeito com a reunião que tive com o Presidente Trump. Se depender dele e de mim, teremos um acordo. Estamos dispostos a fazer com que Brasil e Estados Unidos continuem com a relação que já cultivamos há 201 anos. pic.twitter.com/X9m9yQM6z0
— Lula (@LulaOficial) October 27, 2025