O tatu-bola, mascote da Copa do Mundo de 2014, em frente à Esplanada dos Ministérios: plano foi elaborado pelas autoridades do país em conjunto com a Fifa e oCOI (Marcello Casal Jr./ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2012 às 17h23.
Tel Aviv - O Brasil terá um plano de segurança considerado ''efetivo e discreto'' para a Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, afirmaram nesta segunda-feira os responsáveis pela as organizações dos dois eventos, na apresentação do programa de trabalho durante conferência em Tel Aviv, em Israel.
O plano de segurança, elaborado pelas autoridades do país em conjunto com a Fifa e o Comitê Olímpico Internacional (COI), e apresentado na II Conferência Internacional de Israel sobre Segurança Interior, tem como objetivo não se tornar em um problema para atletas e turistas, devido a uma ''visão global'' dos aspectos relacionados à segurança.
''Não há nenhum problema específico que nos preocupe neste momento. O Brasil não é alvo de terrorismo, mas estaremos preparados para tudo'', disse à Agência Efe, o secretário Valdinho Caetano, da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE), do Ministério da Justiça.
As conclusões tiradas dos últimos Jogos Olímpicos, e os preparativos para os eventos que serão realizados no Brasil abriram hoje as sessões de trabalho da conferência. O principal tema dos debates gira em torno dos incontáveis desafios que representa organizar eventos de grande porte, que exige coordenação entre diveros órgãos.
Valdinho Caetano revelou que para os Jogos do Rio em 2016 cerca de 35 mil agentes uniformizados irão atuar. O número é inferior ao que será disponibilizado para o Mundial, dois anos antes, devido ao número de sedes: 12.
Na próxima semana, o secretário se reunirá com responsáveis dos Jogos Olímpicos de Londres, na chamada ''transição olímpica'' dos assuntos de segurança, embora os preparativos no setor começaram antes da nomeação do Brasil como sede olímpica em 2009.
Caetano está a frente, na conferência israelense, de uma delegação formada por 20 pessoas, cujo o propósito é observar as inovações na área de segurança interior, receber informações de outros especialistas e fazer intercâmbio de conhecimentos.
O evento israelense dura três dias, conta com delegações oficiais de mais de 60 países e discute temas como cyber-segurança, segurança inteligente em centros urbanos, proteção de infraestruturas e gestão de crise, além de exibição de produtos das principais empresas israelenses do setor.
Em entrevista à Agência Efe, o diretor de segurança dos Jogos do Rio, Luiz Fernando Corrêa, explicou que o plano de trabalho evolui de acordo com as análises de risco. ''Agora temos no Brasil uma situação de muita tranquilidade. Não temos problemas como atentados e a criminalidade caiu entre 70 e 80 % desde 2006''.
Corrêa reconheceu que os problemas enfrentados hoje pelo Rio de Janeiro ''são típicos de uma grande cidade, onde há grandes diferenças sociais, como em qualquer outra''. O diretor de segurança ressaltou que as dificuldades são superadas porque ambos os eventos aumentam a ''auto-estima no cidadão'', fator que, na sua opinião, é decisivo para a segurança.
José Hilário Medeiros, diretor de segurança da Copa do Mundo, por sua vez, aproveitou para explicar em sua apresentação que considerável parte da segurança da competição será realizada por empresas privadas.