Senador Delcídio Amaral (PT-MS): a prisão foi embasada por uma gravação apresentada à Procuradoria-Geral da República por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor (Ueslei Marcelino/REUTERS)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 17h18.
A defesa do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso em novembro do ano passado, por envolvimento na Operação Lava Jato, pediu ao Supremo Tribunal Federal a anulação da gravação usada como prova para justificar a prisão do parlamentar.
Na petição, os advogados alegam que o áudio não é válido, por ter sido gravado pelo filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, sem que Delcídio tivesse conhecimento.
"Fica evidente que a reunião marcada por Bernardo Cerveró buscava trazer o senador para uma armadilha, engendrada por ele. Cabe rememorar que a atuação típica de um agente infiltrado exige previa autorização judicial, não sendo possível que ela decorra de acordos entre o Ministério Público Federal e quem quer que seja", argumenta a defesa.
A prisão foi embasada por uma gravação apresentada à Procuradoria-Geral da República por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor.
Segundo a procuradoria, o senador ofereceu R$ 50 mil por mês para a família de Cerveró e mais um plano de fuga para que o ex-diretor deixasse o país.
Os fatos ocorreram em uma reunião na qual estivam presentes Bernardo, Edson Ribeiro, ex-advogado de Cerveró e Delcídio.
O objetivo de Delcídio era evitar que o ex-diretor fizesse acordo de delação premiada, segundo os procuradores.
Além de Delcício do Amaral, continuam presos o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, e Edson Ribeiro. Todos cumprem prisão preventiva em Brasília.