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Delatores estão presos e delatados soltos, diz Wesley Batista

O dono da JBS disse que não se arrepende de ter colaborado com a Justiça brasileira, mas avisou que iria permanecer em silêncio durante o interrogatório

Wesley Batista, da JBS, preso em setembro: "pânico", reflexo nas ações e nas empresas do grupo (Rafael Arbex/Estadão Conteúdo)

Wesley Batista, da JBS, preso em setembro: "pânico", reflexo nas ações e nas empresas do grupo (Rafael Arbex/Estadão Conteúdo)

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Reuters

Publicado em 8 de novembro de 2017 às 11h47.

Brasília - O empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS, afirmou nesta quarta-feira, no início do depoimento na CPI mista que investiga operações feitas pelo grupo J&F, que não se arrepende de ter colaborado com a Justiça brasileira, mas avisou que iria permanecer em silêncio durante o interrogatório, destacando que delatores estão presos e delatados soltos.

"Não me arrependo de ter decidido colaborar com a Justiça brasileira. Quando resolvemos fazer acordo --por sinal, o mais eficaz feito até agora no país-- não tínhamos ideia do quanto isso afetaria nossas vidas e de nossas famílias.

Não é fácil, é solitário, dá medo e causa muita apreensão", disse ele, que está preso preventivamente sob acusação de ter usado informações privilegiadas do acordo de delação premiada para obter lucros financeiros.

"Hoje, na condição em que me encontro, descobri que é um processo imprevisível e inseguro para quem decide colaborar. Mas eu sigo acreditando na Justiça brasileira. Acredito que estamos vivendo um profundo retrocesso naquilo que eu imaginava ser um avanço. O que estamos vendo são delatores serem perseguidos por verdades que disseram. Delatores fizeram o Brasil se olhar no espelho. Mas, como ele não gostou do que viu, delatores estão presos e delatados estão soltos", acrescentou.

Wesley disse que, por recomendação dos advogados, vai permanecer em silêncio e alegou estar preso por um crime que jamais cometeu e que tampouco descumpriu o acordo de delação premiada.

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