Brasil

Delator reafirma que pagou propina para gerente de refinaria

Shinko Nakandakari confirmou que pagou propinas também para o gerente geral da RNEST Glauco Colepícolo Legatti


	Obras na Refinaria Abreu e Lima: Glauco Legatti foi afastado do cargo em novembro, por decisão interna da Petrobras
 (Divulgação/PAC)

Obras na Refinaria Abreu e Lima: Glauco Legatti foi afastado do cargo em novembro, por decisão interna da Petrobras (Divulgação/PAC)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2015 às 16h48.

Curitiba e São Paulo - O engenheiro Shinko Nakandakari, um dos delatores da Operação Lava Jato, confirmou à força tarefa do Ministério Público Federal que pagou propinas também para o gerente geral da Refinaria do Nordeste (RNEST) Glauco Colepícolo Legatti.

Shinko fez novo depoimento nesta quinta feira, 19, especificamente acerca da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Glauco Legatti foi afastado do cargo em novembro, por decisão interna da Petrobras.

A Abreu e Lima é dos grandes empreendimentos da Petrobras que está sob suspeita de superfaturamento. Contratos relativos à refinaria, na avaliação dos investigadores da Lava Jato, deram suporte a um incrível esquema de desvios e fraudes.

Em depoimento anterior, no dia 19 de fevereiro, o delator havia citado como beneficiário de propinas o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, preso na última segunda feira, 16, pela Operação 'Que País é esse'.

Shinko afirmou, na ocasião, que pagou mais de R$ 5 milhões para Duque - R$ 1 milhão em encontros pessoais com o ex-diretor em restaurantes de luxo no Rio e o restante via Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobrás e braço direito de Duque.

Shinko disse que agia como pagador de propinas pela empreiteira Galvão Engenharia.

Em outro depoimento, perante o juiz Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Lava Jato, no dia 5 de março, o delator afirmou que os pagamentos para Glauco Legatti "avançaram pelo ano de 2014, inclusive depois que a Operação Lava Jato foi deflagrada".

Segundo Shinko, mesmo depois do estouro da Lava Jato, em março de 2014, não havia preocupação de que a investigação da Polícia Federal pudesse chegar à Galvão Engenharia, empreiteira para a qual ele afirma que operava as propinas na Petrobrás.

Os procuradores da República que investigam o esquema Petrobrás ouviram novamente o delator nesta quinta, 19. Ele reafirmou pagamentos a Glauco Legatti. O ex-gerente da Abreu e Lima não foi localizado.

A Galvão Engenharia, desde que seu nome foi mencionado na Lava Jato, tem reiterado que foi o próprio executivo da empresa, Erton Medeiros Fonseca, que revelou a atuação de Shinko Nakandakari. Segundo Erton Fonseca, o delator agia como "intermediário" de extorsão sofrida pela Galvão.

A empreiteira rechaça a informação de irregularidades em seus negócios com a Petrobras.

"Os contratos da companhia foram obtidos licitamente", assinala a Galvão Engenharia.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas