Brasil

Delator entrega planilha com 4 repasses de caixa 2 a Freire

Segundo o delator da Odebrecht, os pagamentos foram efetuados de 22 de julho a 14 de outubro de 2010 e totalizaram R$ 200 mil

Roberto Freire: o objetivo da empreiteira, de acordo com Paschoal, era ajudar a campanha de Roberto Freire para o cargo de deputado federal em 2010 (Luis Macedo/Agência Câmara)

Roberto Freire: o objetivo da empreiteira, de acordo com Paschoal, era ajudar a campanha de Roberto Freire para o cargo de deputado federal em 2010 (Luis Macedo/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de abril de 2017 às 12h43.

O ex-executivo da Odebrecht Carlos Armando Guedes Paschoal entregou em sua delação premiada uma planilha com quatro repasses que teriam sido feitos ao atual ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS-SP).

Segundo o delator da Odebrecht, os pagamentos foram efetuados de 22 de julho a 14 de outubro de 2010 e totalizaram R$ 200 mil.

O objetivo da empreiteira, de acordo com Paschoal, era ajudar a campanha de Roberto Freire para o cargo de deputado federal em 2010 por meio de caixa 2. O apelido de Freire na planilha da Odebrecht era "Curitiba".

"E no caso dele, curiosamente, eu tenho até as datas que foram feitas as entregas: 22 de julho, 12 de agosto, 16 de setembro e depois em outubro, 14 de outubro", relatou Paschoal.

De acordo com o delator, houve um pedido do senador José Serra (PSDB-SP) ao ex-presidente do grupo Odebrecht Pedro Novis para que a empreiteira apoiasse Roberto Freire.

"Se nós formos lembrar, a base política do Roberto Freire não era São Paulo, não é São Paulo, e eu me lembro que houve um pedido do José Serra ao doutor Pedro Novis para que nós apoiássemos o Roberto Freire", disse Paschoal.

Apesar das suspeitas de falsidade ideológica eleitoral em torno dos pagamentos a Roberto Freire, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu remeter os autos ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para se manifestar sobre a possível prescrição do crime.

"Considerando a data do fato, a pena máxima prevista para o delito do art. 350 do Código Eleitoral, a idade do investigado e o disposto nos arts. 107, inciso IV, 109, inciso III e 115, todos do Código Penal, antes de decidir sobre a instauração do inquérito, importa colher a manifestação do Procurador-Geral da República sobre eventual extinção da punibilidade do delito narrado", escreveu Fachin em sua decisão.

Defesa

Em nota, o ministro Roberto Freire afirmou que, "em toda sua vida pública, nunca teve contato com os senhores Pedro Novis, Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Barbosa da Silva Junior, e que nunca pediu e nem recebeu doações destes senhores para suas campanhas" e que "também não autorizou nenhuma pessoa a lhe representar em qualquer situação".

O Estado procurou a assessoria do senador José Serra desde sexta-feira, mas até a publicação deste texto não tinha obtido resposta.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoDelação premiadaEdson FachinGoverno TemerMinistério da CulturaNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Bolsonaro diz que médico trata o caso dele como grave e que foi 'derrubado pelo próprio corpo'

Bolsonaro deve ser operado em Brasília neste domingo

Percepção de violência aumentou mais em SP do que no restante do país, afirma Datafolha

Após visitar Bolsonaro, senador afirma que ex-presidente será transferido para Brasília em UTI aérea