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Delator diz que há brechas que favorecem ação irregular

Pace disse que existe "vista grossa" na ação de corretoras, que fazem a intermediação de negócios para empresas de fachada


	Petrobras: Pace contou que há movimentações diárias de US$ 200 e US$ 300 mil e que não há controle sobre essas operações, mesmo após a Operação Lava Jato
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Petrobras: Pace contou que há movimentações diárias de US$ 200 e US$ 300 mil e que não há controle sobre essas operações, mesmo após a Operação Lava Jato (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 17h42.

Brasília - Em depoimento à CPI da Petrobras, o operador de câmbio da doleira Nelma Kodama, Luccas Pace Júnior, disse aos parlamentares que há brechas no sistema de fiscalização do Banco Central que favorece a atuação irregular de corretoras.

Primeiro a firmar acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, Pace disse que existe "vista grossa" na ação dessas corretoras, que fazem a intermediação de negócios para empresas de fachada. Essas empresas atuam como importadoras, mas sem registro na Receita Federal.

Ele contou que há movimentações diárias de US$ 200 e US$ 300 mil e que não há controle sobre essas operações, mesmo após a Operação Lava Jato.

"Posso afirmar com certeza que existem brechas propositais. É muito estranho que não se tenha controle sobre isso", apontou. O delator disse que se sentiu "aliviado" com a prisão porque foi "libertado" da organização criminosa que integrou.

Pace contou que trabalhou com Nelma e que seus clientes eram identificados por apelidos, que poucos frequentavam o escritório. Todas tinham empresas de fachada. "Nenhuma importou (sequer) uma mercadoria", contou.

Pace se contrapõe ao depoimento do diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero de Moraes Meirelles. Ele negou mais cedo aos deputados que o sistema de fiscalização do mercado financeiro é "avacalhado" e disse que relatórios de inteligência financeira foram fundamentais para as apurações da Lava Jato.

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