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Delação de Marcos Valério deve atingir FHC, Lula e Aécio

Novos anexos entregues à Polícia Federal vão ao STF e podem trazer problemas para grandes nomes

Marcos Valério em depoimento à CPMI dos Correios, em 2005: nova delação promete atingir pesos pesados (Antonio Cruz/ABr/Abril)

Marcos Valério em depoimento à CPMI dos Correios, em 2005: nova delação promete atingir pesos pesados (Antonio Cruz/ABr/Abril)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 22 de julho de 2017 às 12h33.

Última atualização em 22 de julho de 2017 às 12h40.

São Paulo - A nova delação do publicitário Marcos Valério à Polícia Federal vai trazer problemas a Aécio Neves, José Serra e aos ex-presidentes FHC e Lula.

As informações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo, que conseguiu apurar a incorporação de 60 novos anexos do acordo de Valério.

Estes anexos tinham sido rejeitados pela Procuradoria-Geral da República e pelo Ministério Público de Minas Gerais.

A delação foi enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) e espera homologação para prosseguir.

Valério, cumprindo pena de 37 anos de prisão pelo Mensalão (além de ser réu em caso de desvios de verba e propina envolvendo suas agências de publicidade), escreveu a delação à mão, que depois foi digitada.

No caso pelo qual responde na justiça e ao qual a delação se refere, ele teria ajudado a desviar dinheiro para a campanha do tucano Eduardo Azeredo em 1998. Azeredo era governador de Minas Gerais na época.

A campanha teria recebido cerca de R$ 10 milhões (R$ 33 milhões atualmente). O dinheiro teria vindo do desvio de diversas estatais, como Furnas e Comig.

Durante a campanha, de acordo com ele, foram arrecadados e distribuídos cerca de R$ 104 milhões (R$ 346 milhões em valores atuais). O dinheiro foi para políticos e membros do Judiciário.

Ele diz que o caixa dois envolvendo as estatais beneficiou campanhas de FHC (1998), Aécio (2002) e Serra (2002). Já a Usiminas teria participado em um esquema que ajudou a campanha de Lula (2002).

A delação de Valério também fala sobre propina para ajudar suas agências a ganharem contratos do governo.

Quando a DNA Propaganda conseguiu seu contrato com o Banco do Brasil, repassou 2% do faturamento do serviço a Aécio, já que ele teria arranjado a escolha da DNA.

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