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Del Nero nega renúncia em audiência no Congresso

O atual presidente da CBF confessou ter participado, mas "como ouvinte", de contratos firmados durante a gestão de Marin


	Marco Polo Del Nero: o presidente se eximiu de qualquer culpa e disse não ver sentido nas especulações em torno da compra de votos para escolha do Brasil
 (REUTERS/Ricardo Moraes)

Marco Polo Del Nero: o presidente se eximiu de qualquer culpa e disse não ver sentido nas especulações em torno da compra de votos para escolha do Brasil (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2015 às 17h15.

Brasília - O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, afirmou a deputados federais nesta terça-feira que não irá renunciar ao seu mandato, apesar das suspeitas de envolvimento da entidade e da FIFA em esquema de corrupção, que abalou o mundo do futebol nas últimas semanas.

"Fui eleito democraticamente e democraticamente ficarei no meu cargo. Renuncia quem tem alguma coisa errada na vida. Vou até o fim do meu mandato. Não vou renunciar. Vou ficar até meu último dia de mandato", disse o presidente da CBF ao participar de audiência pública na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.

Del Nero, que preside a CBF desde 16 de abril, mencionou diversas vezes seu antecessor no cargo, José Maria Marin, preso na Suíça por suposta participação no esquema de corrupção.

O atual presidente da CBF referiu-se ao ex-presidente como "grande companheiro" e "irmão", mas disse que não pode se responsabilizar pelos atos de Marin. "Não posso responder por outro ser humano. Não posso responder pelos seus atos", afirmou.

De acordo com Del Nero, os "fatos graves noticiados pela imprensa" atingem "um grande companheiro" com quem conviveu nos últimos oito anos. "Isso machuca muito. Era um homem com quem compartilhava todos os momentos", declarou o dirigente.

Ele disse ter participado "como ouvinte" de contratos firmados durante a gestão de Marin. "Acompanhava os contratos quando era chamado. Participava como ouvinte. O presidente permitia que eu opinasse. É por aí que eu participava. Em um regime presidencial, a palavra final é sempre do presidente", disse Del Nero.

O presidente da CBF disse que, como as investigações ocorrem nos Estados Unidos, não teve acesso a nenhum documento e que determinou a entrega de papéis da CBF ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Justiça.

Na audiência que começou às 14h, Del Nero se eximiu de qualquer culpa e disse não ver sentido nas especulações em torno da compra de votos para escolha do Brasil, em 2007, para sediar a Copa do Mundo de 2014.

"Jamais participei de nenhum processo de escolha de sede da Copa do Mundo. Não acompanhei, não tem inquérito na FIFA que possa acompanhar. Não votei. Não sei como foi no passado. Falam até que no Brasil houve alguma coisa errada, quando tivemos candidatura única. Não sei como uma candidatura única poderia ter problema. Mas isso tudo vai ser investigado", afirmou Del Nero.

Acompanhado pelo secretário-geral da CBF e ex-deputado Walter Feldman, Marco Polo Del Nero listou uma série de iniciativas de governança tomadas pela CBF no sentido de dar mais transparência à entidade, além de alterações estatutárias.

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