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Definição de déficit de 2015 deve demorar mais, dizem fontes

O número representa cerca de 50 bilhões de reais de déficit primário, e o restante refere-se ao acerto das chamadas pedaladas fiscais


	Banco Central em Brasília: a decisão está confusa, entre outros motivos, por causa do leilão de hidrelétricas, que poderia gerar 11 bilhões de reais aos cofres públicos
 (Gregg Newton/Bloomberg)

Banco Central em Brasília: a decisão está confusa, entre outros motivos, por causa do leilão de hidrelétricas, que poderia gerar 11 bilhões de reais aos cofres públicos (Gregg Newton/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2015 às 11h52.

São Paulo / Brasília - A definição do novo cenário para as contas públicas de 2015 pelo governo está cada vez mais complicada, diante de novas variáveis que surgiram, como o adiamento do leilão de hidrelétricas, mas o rombo primário deve ficar em torno de 85 bilhões e 90 bilhões de reais, segundo fontes do governo ouvidas pela Reuters.

O número representa cerca de 50 bilhões de reais de déficit primário, e o restante refere-se ao acerto das chamadas pedaladas fiscais, que são os atrasos dos pagamentos do governo a bancos públicos que bancaram programas sociais.

Segundo uma das fontes, a decisão está confusa, entre outros motivos, por causa do leilão de hidrelétricas, que estava marcado para acontecer no próximo dia 6 e poderia gerar 11 bilhões de reais aos cofres públicos neste ano.

O leilão, segundo informou nesta manhã o Ministério de Minas e Energia, ocorrerá ainda em novembro, e o pagamento da maior parte do valor será feito neste ano.

O Executivo reduziu em julho a meta de superávit primário do setor público consolidado --economia feita pela pagamento dos juros da dívida pública-- para este ano a 8,7 bilhões de reais, ou o equivalente a 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mas incluiu a possibilidade de abatimento de até 26,4 bilhões de reais no caso de frustrações de receitas.

Isso, na prática, já abria o caminho para um déficit de até 17,7 bilhões de reais, mas o Executivo ainda não recebeu o aval do Congresso Nacional.

Segundo uma das fontes, a definição do novo rombo para este ano ainda pode demorar mais do que o esperado, diante da sinalização de que poderia ocorrer ainda nesta semana, uma vez que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está fora de Brasília até o dia 20, em viagem a São Paulo e Londres.

O próximo relatório de receitas e despesas do governo, quando há ajustes na programação fiscal, tem de ser publicado até o dia 22 de novembro.

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