Brasil

Déficit em conta corrente deve ajustar câmbio, diz Meirelles

Presidente do Banco Central acredita que ´o ajuste deve ser suave´

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (Arquivo)

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2010 às 15h14.

São Paulo - O crescente déficit das transações correntes do Brasil tende a ajustar a taxa de câmbio do país, corrigindo a valorização do real frente ao dólar, disse nesta segunda-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

"O déficit em conta corrente a longo prazo é um fator importante na determinação do valor das moedas. Com o tempo, o mercado vai reagir a isso", disse Meirelles em palestra a empresários na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), transmitida pela Internet.

Segundo o presidente do BC, de forma global o enfraquecimento do dólar está valorizando diversas outras divisas, como o euro e as de países produtores de commodities, como Canadá e Austrália.

No caso brasileiro há ainda o fato de as expectativas de forte crescimento da economia doméstica nos próximos anos, o que atrai grandes montantes de investimentos estrangeiros.

Meirelles ressaltou que a combinação de câmbio flutuante com alto volume de reservas internacionais deve fazer com que o ajuste no câmbio se dê de forma gradual.

"O ajuste deve ser suave", afirmou.

Segundo o último dado disponível do BC, o Brasil registrou em julho um déficit em transações correntes recorde de 4,499 bilhões de dólares, bem acima do déficit de 1,623 bilhão de dólares de julho de 2009.

Esse movimento de piora das contas internacionais acontece paralelamente à apreciação do real frente ao dólar, que também vem se enfraquecendo frente às principais moedas globais, à medida que a economia dos Estados Unidos vacila em tentar se recuperar da recessão. Nos últimos 12 meses, o dólar teve baixa de 5,4 por cento frente ao real.

Leia mais sobre Henrique Meirelles

Siga as últimas notícias de Economia no Twitter

 

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarExecutivos brasileirosHenrique MeirellesMercado financeiroMoedasPersonalidades

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe