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Defesa quer desvincular esposa de Cunha de corrupção

Defesa de Cláudia Cruz quer desvincular cliente da acusação de corrupção passiva da qual o marido, Eduardo Cunha, é alvo


	Cláudia Cruz e Eduardo Cunha: defesa da jornalista quer desvincular cliente das acusações de corrupção do marido
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Cláudia Cruz e Eduardo Cunha: defesa da jornalista quer desvincular cliente das acusações de corrupção do marido (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2016 às 08h25.

Brasília - A defesa da jornalista Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai tentar desvincular sua cliente da acusação de corrupção passiva da qual o marido é alvo.

Na "resposta à acusação" protocolada no final da noite desta segunda-feira, 11, na 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, os advogados argumentam que na offshore em nome de Cláudia na Suíça não passou o dinheiro que o Ministério Público aponta como sendo oriundo de "práticas ilícitas" de Cunha junto à Petrobras.

Cláudia é denunciada por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com o Ministério Público, a jornalista "tinha plena consciência dos crimes que praticava" ao ocultar, dissimular e movimentar mais de US$ 1 milhão "provenientes de crimes praticados por Cunha junto à diretoria Internacional da Petrobrás".

A defesa da jornalista argumenta que os recursos apontados na denúncia como tendo sido recebidos ilicitamente por Cunha passaram, nessa ordem, pelas contas Orion SP e Netherton Investments, das quais o peemedebista afirma ser usufrutuário, mas não chegaram à Kopek, em nome de Cláudia.

"Os valores repassados pela Netherton à Kopek não são aqueles oriundos da Orion SP, que supostamente têm origem em vantagens ilícitas", afirmam.

"Ainda que se tenha por verdadeira e comprovada a corrupção passiva na transação envolvendo o campo de exploração de petróleo em Benin, os valores supostamente auferidos por Eduardo Cunha naquele episódio jamais foram transferidos à conta Kopek".

Para rebater a acusação de evasão de divisas, a defesa anexou parecer do advogado Tadeu De Chiara, professor de Direito Bancário, no qual ele argumenta que parte do valor que Cláudia tinha na conta se referia a uma garantia para o cartão de crédito e que este dinheiro não estava disponível para gastos.

Segundo a defesa, Cláudia teria disponível um montante inferior ao US$ 100 mil. Pela regra estabelecida pelo Banco Central, apenas valores acima deste limite devem ser declarados.

Os advogados alegam ainda que houve cerceamento de defesa e constrangimento legal, uma vez que não tiveram acesso à íntegra dos documentos produzidos pelas autoridades suíças.

A defesa de Cláudia Cruz pede ainda a suspensão do processo até que as autoridades do país europeu envie os documentos e a anulação da denúncia de lavagem de dinheiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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