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Defesa do legado, religião e ataques ao PT: os três pilares da campanha de Bolsonaro

Em busca da reeleição, o presidente deve dar ênfase a medidas como o Auxílio Brasil e lembrar escândalos de corrupção envolvendo Lula

JUIZ DE FORA, BRAZIL - AUGUST 16: President of Brazil Jair Bolsonaro, who is running for re-election, delivers a speech during his first campaign rally ahead of October 2nd elections on August 16, 2022 in Juiz de Fora, Brazil. In this same town, 200km north from Rio de Janeiro, Bolsonaro was stabbed while campaigning in September 2018. (Photo by Andre Borges/Getty Images) (Andre Borges/Getty Images)

JUIZ DE FORA, BRAZIL - AUGUST 16: President of Brazil Jair Bolsonaro, who is running for re-election, delivers a speech during his first campaign rally ahead of October 2nd elections on August 16, 2022 in Juiz de Fora, Brazil. In this same town, 200km north from Rio de Janeiro, Bolsonaro was stabbed while campaigning in September 2018. (Photo by Andre Borges/Getty Images) (Andre Borges/Getty Images)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 22 de agosto de 2022 às 16h41.

Última atualização em 22 de agosto de 2022 às 17h04.

A estratégia do presidente Jair Bolsonaro (PL) para deslanchar nas pesquisas e garantir um lugar no segundo turno das eleições de 2022 envolve três principais pilares: defender as conquistas dos últimos anos, lembrar a corrupção associada ao principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e não abandonar a bandeira religiosa. 

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Pelo menos nas primeiras semanas de campanha, Bolsonaro não deixará de explorar esses três pontos, considerados primordiais para alavancar a popularidade do presidente. Nos próximos dias, ele deve dar ênfase ao legado dos quase quatro anos de governo, com foco em medidas que melhoraram a situação econômica dos eleitores. 

O aumento de R$ 400 para R$ 600 do Auxílio Brasil continuará sendo apontado como uma política de sucesso de Bolsonaro. Ao explorar o tema, a campanha busca não só conquistar o voto dos beneficiários do programa e das camadas mais vulneráveis da população, mas passar a mensagem de que todo o Brasil sai ganhando com a medida.

Nesse sentido, Bolsonaro também deve dar destaque ao auxílio emergencial pago aos mais vulneráveis durante o início da pandemia de covid-19. Ele deve argumentar que a medida foi um sucesso, superior até a políticas implementadas em outros lugares do mundo, e uma das provas de que o governo atuou de forma correta na pandemia. 

Outro assunto que será explorado pela campanha de Bolsonaro, ainda parte desse primeiro pilar, é a renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa que ajuda a manter estudantes de graduação em faculdades privadas.

Em dezembro do ano passado, o governo enviou uma medida provisória para renegociar as dívidas de 1 milhão de alunos inadimplentes. O texto foi aprovado em maio pelo Congresso e sancionado por Bolsonaro em junho deste ano.

O presidente também vai citar dados relativos à redução do desemprego nos últimos meses. Nesse ponto, ele pretende defender o avanço na empregabilidade de jovens e mulheres, que ainda são os públicos que mais sofrem com o problema, e na agenda de empreendedorismo e microcrédito para os mais vulneráveis.

O segundo pilar da campanha é atacar o PT e lembrar os escândalos de corrupção envolvendo Lula. Bolsonaro e aliados vão aproveitar o espaço na televisão, no rádio e nas redes sociais para falar de Mensalão e Lava-Jato, tentando recuperar uma agenda “antipetista” e “anticorrupção” que o ajudou a ser eleito em 2018. A equipe bolsonarista não deixará que os eleitores se esqueçam do sítio de Atibaia e do triplex do Guarujá. 

Outra pauta que não será deixada de lado é a religiosa. A campanha já começou com acenos aos evangélicos, na semana passada, e deve continuar com esse foco. Falas de Lula ou de pessoas próximas ao ex-presidente sobre questões religiosas serão monitoradas de perto. Bolsonaro não vai deixar passar qualquer deslize ou discurso que possa ser considerado “anticristão”.

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