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Defesa diz que nenhum oficial autorizou escolta para senador

Os fuzileiros navais que escoltaram o boliviano apenas atenderam ao pedido de Eduardo Saboia para que o acompanhassem até a fronteira


	Senador boliviano Roger Pinto Molina: "Nenhuma autoridade brasileira, no âmbito do Ministério da Defesa, foi consultada ou tomou conhecimento da viagem do senhor Roger Pinto", disse o comunicado
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Senador boliviano Roger Pinto Molina: "Nenhuma autoridade brasileira, no âmbito do Ministério da Defesa, foi consultada ou tomou conhecimento da viagem do senhor Roger Pinto", disse o comunicado (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2013 às 16h47.

Brasília - O Ministério da Defesa esclareceu nesta terça-feira que nenhum oficial autorizou que fuzileiros navais a serviço da embaixada do Brasil, em La Paz, escoltassem o senador boliviano Roger Pinto até a fronteira para facilitar sua saída da Bolívia sem o devido salvo-conduto.

O esclarecimento foi feito em comunicado divulgado hoje no meio da crise provocada no Brasil pela fuga do senador de La Paz com clara cumplicidade diplomática e que já provocou a saída do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

De acordo com a nota, os fuzileiros navais que escoltaram o líder opositor boliviano apenas atenderam ao pedido do encarregado de negócios da embaixada do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, para que o acompanhassem até a fronteira.

Roger Pinto, asilado desde meados do ano passado na embaixada do Brasil em La Paz, deixou a delegação diplomática na sexta-feira passada em um carro oficial ao lado de Saboia e escoltado em outro veículo por fuzileiros navais brasileiros.

O senador chegou sábado ao Brasil e conseguiu sair de seu país sem o necessário salvo-conduto.

"No dia da viagem, os três adidos militares brasileiros na Bolívia encontravam-se fora de La Paz, na cidade de Cochabamba, participando de evento oficial do exército daquele país", detalha o comunicado.

Segundo a nota, os adidos disseram não ter sido consultados em nenhum momento sobre o deslocamento do senador boliviano até a fronteira com o Brasil.

"Dessa forma, nenhuma autoridade brasileira, no âmbito do Ministério da Defesa, foi consultada ou tomou conhecimento da viagem antes de o senhor Roger Pinto ter ingressado em território brasileiro", garante o comunicado.

De acordo com o Ministério da Defesa, uma das atribuições dos fuzileiros é garantir a segurança da embaixada e dos membros do corpo diplomático brasileiro na Bolívia.


"Os militares participaram da viagem ao serem convocados pelo encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz (...) A participação dos fuzileiros teve o objetivo exclusivo de garantir a segurança do diplomata brasileiro", acrescenta.

Roger Pinto estava impedido de sair de seu país pela falta de um salvo-conduto, que a Bolívia negava alegando que o senador responde a vários processos por corrupção.

Saboia, por sua vez, justificou que ofereceu ajuda ao senador por razões humanitárias e devido a que, por problemas de saúde provocados por sua reclusão, corria risco de morte.

Em declarações que concedeu hoje a jornalistas, a presidente Dilma Rousseff qualificou como "inaceitável" a saída do senador da Bolívia sem salvo-conduto.

"Um país civilizado e democrático protege os seus asilados, sobre os quais ele tem que garantir a segurança, sobretudo, em relação à sua integridade física. O Brasil jamais poderia aceitar em momento algum, sem salvo-conduto do governo boliviano, não poderia colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sob sua guarda", afirmou Dilma. 

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