Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, foi preso ontem na Operação Lava Jato (José Cruz/ Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2015 às 16h27.
Rio de Janeiro - O advogado Eduardo de Moraes, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, está analisando os documentos anexados no decreto de prisão preventiva do seu cliente, que desde ontem (2) à tarde está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) de Curitiba, no Paraná.
Moraes explicou à Agência Brasil que somente com a avaliação desses documentos poderá preparar o pedido de habeas corpus que a defesa vai encaminhar à Justiça no máximo até terça-feira (7).
“O único remédio, neste momento, é o habeas corpus para ele poder se defender em liberdade”, observou.
O advogado disse que o seu irmão Renato de Moraes, que também defende o ex-executivo da Petrobras vai no domingo (5) para Curitiba para fazer um atendimento ao cliente antes de dar entrada no habeas corpus na Justiça paranaense.
“No meu entender não há necessidade de mantê-lo preso, nem o Renato Duque [ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras] nem o Cerveró [ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró]. Não há a mínima necessidade, mas infelizmente tem sido o entendimento do juiz e esse entendimento tem sido acolhido pelos tribunais”, explicou.
Eduardo de Moraes reconheceu que esta é uma etapa difícil na defesa de Zelada. “É uma guerra que a gente está enfrentando, mas vamos tentar reverter o quadro,” disse.
A indicação no processo de apuração da Operação Lava Jato contra Zelada de que ele mantém duas contas em Mônaco é um mérito da acusação do Ministério Público, mas não justifica a prisão de ninguém, disse o advogado, acrescentado que “vai ser apurado se houve ou não cometimento do crime se existe essa conta no exterior ou não. Isso aí é o mérito."
Ele explicou que a pessoa não pode sofrer uma antecipação de pena. É o direito de qualquer indivíduo de responder o processo em liberdade.
“De acordo com a acusação uma das contas, supostamente, seria de Zelada e outra ele seria beneficiário,” informou.
Para o advogado a prisão é uma exceção e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, está transformando a prisão em regra.
“A pessoa tem que oferecer algum risco à sociedade estando em liberdade e a meu ver Jorge Zelada não oferece nenhum risco. Ele foi preso em casa, não viaja e pode responder o processo em liberdade.”
Zelada foi preso, ontem (2) pela manhã, em casa, no Rio de Janeiro em cumprimento a um mandado de prisão da 15ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Conexão Mônaco.
Segundo a PF, o foco das investigações é o recebimento de vantagens ilícitas no âmbito da diretoria da área internacional da Petrobras.
Ainda na operação houve cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, sendo três no Rio de Janeiro e um em Niterói, na região metropolitana.
De acordo com a PF os investigados responderão pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.