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Defesa de Roberto Jefferson diz que Lula 'ordenou' mensalão

Em seu discurso de hoje, Correa repetiu o relato feito por Roberto Jefferson em 2005, quando assegurou que tinha informado a existência do mensalão ao próprio Lula


	O escândalo abalou o governo Lula: Segundo Correa, o maior indício da participação direta de Lula em toda a trama passa pelo Banco de Minas Gerais (BMG)
 (©AFP / Pedro Ladeira)

O escândalo abalou o governo Lula: Segundo Correa, o maior indício da participação direta de Lula em toda a trama passa pelo Banco de Minas Gerais (BMG) (©AFP / Pedro Ladeira)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2012 às 19h21.

Brasília - O advogado de defesa do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) no processo do caso mensalão afirmou nesta segunda-feira diante do Tribunal Superior Federal (STF) que o então presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva, ''sabia de tudo'' sobre o assunto.

''É claro que Vossa Excelência (procurador-geral) não poderia afirmar que o presidente fosse um pateta. Que sob suas barbas isto estivesse acontecendo e ele não sabia de nada. O presidente é safo. Não só é safo como também é doutor honoris causa em algumas universidades. Mas é um pateta? É claro que não'', afirmou o advogado Luiz Francisco Correa.

''Não só sabia como também ordenou o desencadeamento de todo o mensalão'', completou Correa em seu depoimento sobre o caso, que envolve 38 políticos e empresários vinculados ao Governo Lula (2003-2011), que, por sua vez, não figura entre os acusados.

Em seu discurso de hoje, Correa repetiu o relato feito por Roberto Jefferson em 2005, quando assegurou que tinha informado a existência do mensalão ao próprio Lula, que, segundo próprio o ex-deputado, teria se ''surpreendido'' com o caso, chorado e prometido uma investigação.

Segundo Correa, o maior indício da participação direta de Lula em toda a trama passa pelo Banco de Minas Gerais (BMG), uma instituição privada que outorgou empréstimos ao PT em 2005. Apesar de o partido ter cancelado esses empréstimos, os mesmos teriam sido efetuados sem as devidas garantias.

Em seu relato, o advogado defendeu que o próprio Lula teria assinado um decreto na época, o qual autorizava o BMG a conceder créditos aos aposentados da seguridade social, cujas cotas eram cobradas diretamente das mensalidades que recebiam.


Até esse momento, essas operações só eram permitidas aos bancos públicos, enquanto o governo ''enviou milhões de cartas aos pensionatos'' para comunicar que o BMG também seria autorizado, uma medida que levou muitos aposentados a mudar para esse banco, declarou o advogado.

''Em dois meses, o BMG entrou no mercado e, em seguida, o PT obteve empréstimos do Rural e do BMG'', denunciou o advogado de Jefferson, que ressaltou que ''é evidente a relação do ex-presidente entre esses atos''.

Correa lembrou que, há mais de dois anos, a defesa de Jefferson quis incluir Lula na chamada ''Ação Penal 470'', em referencia aos casos de suposta corrupção que estão sendo julgados agora, mas disse que a Procuradoria Geral, que atua como acusadora no processo, se negou a aceitar essa apelação.

Em relação a situação de Jefferson, acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o advogado assegurou que o ex-deputado federal é ''plenamente inocente'' e, como fizeram até agora todos os defensores, declarou que ''não há no processo um só elemento probatório'' contra seu cliente.

Alem de pedir a absolvição de Jefferson a corte, o advogado também solicitou que sejam ''adotadas as medidas cabíveis contra o ex-presidente Lula, que não se comportou como um pateta, mas como um omisso que traiu a confiança do povo que o elegeu''.

Em uma clara alusão a Lula, Correa assegurou que Jefferson ''foi acusado por crimes que não cometeu'', ressaltando que ''há gente que os praticou e nem sequer foi processado, algo que o tribunal deverá saber como corrigir''.

O processo, que começou no último dia 2, concluirá a apresentação das alegações de cada um dos 38 acusados nesta quarta.

Uma vez concluída essa fase, os 11 juízes da corte começarão suas deliberações, que seguirão até que as sentenças sejam concluídas e anunciadas. De acordo com o próprio STF, esse fato devera ocorrer somente no próximo mês.

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